Após anos de proibição institucional — de natureza expressa ou velada — os servidores administrativos da Polícia Federal finalmente poderão trabalhar uniformizados. A boa nova consta na Portaria nº. 9.020-DG/PF, publicada nesta quinta-feira (20), cujo texto regulamenta o uso e padroniza os requisitos mínimos dos uniformes para a categoria administrativa.

Segundo a nova norma, os uniformes serão de uso obrigatório para os servidores administrativos que atuam em atividades: 1) de controle migratório; 2) de expedição ou entrega de passaporte; 3) de atendimento a estrangeiros; 4) de atendimento do controle e registro de armas; 5) de produtos químicos; e 6) de segurança privada. O conjunto de uniformes será fornecido pela Polícia Federal e prevê camisa polo ou camiseta manga curta (ambas na cor azul), calça preta e jaqueta de frio. Os uniformes não poderão ser utilizados fora do local de trabalho ou por servidores que atuem em áreas distintas das supracitadas.

Para o presidente do SinpecPF, Éder Fernando da Silva, a publicação é um avanço. Há anos o sindicato recebe queixas de servidores administrativos pela ausência de identidade visual para a categoria. “É especialmente importante para os colegas que trabalham com atendimento ao público. Dá mais respaldo ao servidor e passa mais segurança para a população”, avalia o presidente.

Mudanças nas regras — O sindicato está ciente de que as normas para utilização dos uniformes não foram bem recebidas pela totalidade da categoria. Parte dos colegas se queixa da restrição do uso para uma minoria de setores. Outros consideram a distinção de cor em relação aos uniformes da categoria policial (pretos) uma forma de segregar os administrativos, diminuindo a classe. Há ainda aqueles que atuam nas atividades em que o uso dos uniformes será obrigatório, mas que, por não atender diretamente o público, gostariam de ficar isentos da obrigatoriedade.

“Normas podem ser mudadas e aperfeiçoadas. Essa é uma das razões de o sindicato existir”, pontua Éder. Entretanto, o presidente acredita que não haverá tempo hábil para que as mudanças sejam negociadas com a atual Administração da PF. “O comando do órgão mudará em poucos dias, assim como o do sindicato. Assim, é mais fácil que esse diálogo ocorra em 2019”, acredita. Dessa forma, todos os pontos trazidos pela categoria serão anotados e apresentados à futura gestão do sindicato, que posteriormente discutirá o tema com a nova Administração da PF — não sendo descartada uma intervenção judicial, caso seja cabível.