Curiosos acharam brecha na vigilância e se aproximaram dos presidentes

O esquema de segurança montado pelas Forças Armadas e Polícia Federal em torno do Copacabana Palace não impediu que pessoas se aglomerassem na porta do hotel para ver a chegada de chefes de Estado à reunião do Mercosul.

Pouco antes das 15 horas, cerca de cem pessoas esperavam na porta do hotel. Entre os curiosos estavam cidadãos como um argentino que gritava e exibia a bandeira de seu país a cada passagem de delegação. Ele saudou os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Michele Bachelet (Chile), mas não viu o argentino Néstor Kirchner, que estava hospedado no Copa desde a noite anterior.

Em frente ao hotel, fuzileiros navais reforçavam a segurança a cargo de agentes federais, policiais militares e guardas municipais. Na Praia de Copacabana, uma fragata e uma lancha faziam vigilância. Helicópteros do Exército sobrevoavam a região, que teve o espaço aéreo restrito. Longe dali, na Linha Vermelha e na Avenida Brasil, o Exército manteve a ocupação de áreas próximas a favelas.

Mesmo com o forte esquema de segurança, curiosos conseguiam se aproximar dos presidentes quando eles desembarcavam, pois o calçadão da área do hotel não foi isolado.

Aeronautas aposentados da Transbrasil, Varig e Vasp aproveitaram para fazer uma manifestação na porta do Copa. Alguns vestiam fantasias e empunhavam faixas com mensagens pedindo que o presidente Lula apóie a liberação de recursos complementares para suas aposentadorias.

A dona de casa Nélia Machado, de 42 anos, queria ver Chávez de perto, mas chegou atrasada. Ela vive na Venezuela e está de férias no Rio. Carregando uma escada de alumínio, ela prometia esperar a saída do venezuelano para gritar “Viva Chávez!”. Ela demonstrou ter mais admiração por Chávez do que pelo presidente Lula. “Gosto de Chávez porque é o único presidente que enfrenta os americanos. Ele não tem medo.”

A maior parte dos curiosos não sabia o motivo da reunião. Muitos brasileiros queriam ver Lula, mas se frustraram, porque ele entrou pelos fundos do hotel.

O Estado de S. Paulo

19/1/2007