Documentos de lobistas têm os nomes do ex-ministro e de Delúbio
A Polícia Federal investiga o suposto vínculo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu com empresários e lobistas acusados de envolvimento com fraudes no Ministério da Saúde. Entre os papéis apreendidos na empresa Phoenix, dos lobistas Eduardo Pedrosa e Lourenço Rommel Peixoto, a PF encontrou um manuscrito em que os nomes Zé Dirceu e Delúbio aparecem associados à cifra 2%. Para policiais, é uma referência ao ex-ministro Dirceu e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, expulso do PT ano passado.
Rommel e Pedrosa, integrantes da máfia dos vampiros, respondem a processo por desvio de dinheiro a partir do direcionamento de licitações de compra de hemoderivados e outros medicamentos pelo Ministério da Saúde. Delúbio já foi indiciado por corrupção e formação de quadrilha no relatório sobre o segundo inquérito dos vampiros enviado ao Ministério Público Federal há três semanas.
O nomes Zé Dirceu e Delúbio associados à cifra 2% aparecem na base de uma folha avulsa encontrada na sede da Phoenix, em maio de 2004. Os dois nomes foram escritos à mão dentro de um quadrado. No alto da página aparece a inscrição MS 4% OK. Logo abaixo em sentido vertical, lê-se: FNS, Logística, Chefe, Ivan. MS seriam as iniciais de Ministério da Saúde e FNS do Fundo Nacional de Saúde. Logística seria a Coordenação Geral de Logística, área encarregada das compras pelo ministério.
– Delúbio não tem relação alguma com Eduardo Pedrosa. Não sei a que se refere essa anotação nem quem fez – afirmou Celso Vilardi, advogado do ex-tesoureiro.
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de Dirceu, negou qualquer relação dele com envolvidos na Operação Vampiro. Segundo ele, Dirceu desconhece as anotações e considera a suspeita um despropósito.
O Globo
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