O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que pretende começar a discussão da reforma da Previdência (PEC 287/16) no Plenário a partir de quinta-feira (14). Em entrevista, disse ainda que, se o governo conseguir os votos, a proposta poderá ser votada a partir de terça-feira (19).
“A gente não pode correr o risco de ir com uma margem muito distante de 308 votos, tem que ter uma base grande para não gerar um ambiente de derrota. Para tudo isso, é precisa que os líderes da base e o novo secretário de governo organize os votos”, explicou.
Rodrigo Maia disse que a margem de segurança para conseguir aprovar a proposta é ter aproximadamente 330 parlamentares favoráveis ao texto. Ele também negou que pretenda iniciar a votação mesmo sem estar próximo dos 308 votos necessários, como sugerem alguns membros da equipe econômica do governo.
“Tem que fazer conta, não é ir para o tudo ou nada. Se tiver 270 votos, ir para o tudo ou nada significa o quê? Se jogar do 30º andar sem rede e sem paraquedas. Eles [da equipe econômica] que se joguem! A Câmara vai votar se tiver voto”, disse.
“Se a gente estiver longe dos 308 e colocar para votar, em vez de 280 vamos ter 150 votos no Plenário, e aí a sinalização é que haverá um número minoritário para aprovar as reformas necessárias”, afirmou.
O presidente da Câmara destacou que a proposta não vai sair da pauta da Câmara enquanto não for aprovada e que não “vai jogar a toalha”. Para Rodrigo Maia, os parlamentares favoráveis à reforma da Previdência defendem o crescimento econômico e a geração de empregos – os contrários, segundo ele, querem o retorno da hiperinflação e uma alta taxa de desemprego.
Com informações da Agência Câmara.
Heróis da resistência — Em resposta ao discurso governista, parlamentares da oposição e líderes classistas realizaram na manhã de hoje (12) audiência pública para discutir “As Ameaças do Atual Governo aos Direitos dos Servidores Públicos Federais”. O debate ocorreu na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados e contou com a participação do presidente do SinpecPF, Éder Fernando da Silva.
Durante suas exposições, os sindicalistas atacaram o alarmismo do discurso governista, cheio de mentiras e imprecisões. “Fala-se em atacar privilégios, mas essa é uma reforma bancada pela camada mais privilegiada da sociedade, que são os grandes empresários e especuladores financeiros, cujas dívidas vêm sendo sistematicamente perdoadas pelo governo”, destacou a Coordenadora Jurídica-Parlamentar da Fenajufe, Adriana Faria.
Vale destacar que, entre 2014 e 2016, as renúncias fiscais sobre a Seguridade Social somaram mais de R$ 370 bi — valor superior ao alegado “rombo” da Previdência, estimado pelo governo em R$ 242 bi.
A audiência desta terça-feira faz parte de uma série de atos planejados pela Pública – Central do Servidor, para pressionar os parlamentares a rejeitar proposta do governo. Até a próxima quinta-feira (14), haverá concentração em torno de carro de som, a partir das 9h30, em Frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. Todos os colegas estão convidados.
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