Na última quinta (9), o SINPECPF teve sua primeira reunião com o novo superintendente do Distrito Federal, Marcelo Mosele. Em pauta, a preocupação de ambos os lados em garantir o melhor ambiente de trabalho possível para os administrativos lotados na Superintendência – sem tratamentos discriminatórios e focado na eficiência do serviço. Infelizmente, o encontro não teve apenas boas notícias, com uma revelação que pode trazer impactos diretos para a categoria.
Em primeira mão, o Superintendente revelou ter recebido, logo que tomou posse na semana passada, resultado de laudo pericial que afasta a incidência de risco nas dependências da SR/DF, processo que pode suspender o pagamento de adicional de periculosidade para os administrativos lotados ali. “Sei que não é uma boa notícia para os administrativos”, afirmou Mosele, “Por isso chamei o sindicato para esta reunião”.
O superintendente apresentou o laudo ao SINPECPF. De acordo com o documento, a situação de periculosidade na SR/DF advinha dos geradores de energia abastecidos com óleo diesel localizados na parte subterrânea do prédio. A nova interpretação dos responsáveis pela perícia ambiental é de que o equipamento só configura risco para os funcionários terceirizados que têm contato direto com ele ou com o combustível que alimenta os geradores. Assim, não haveria risco para os demais profissionais lotados no prédio.
O SINPECPF solicitou imediatamente cópia do novo laudo para averiguar os argumentos utilizados pela perícia. O documento já está sendo analisado pelos advogados do sindicato, com vistas a impedir que o pagamento do adicional seja suspenso. “Teremos tese de defesa pronta já nesta segunda-feira (13)”, afirma o advogado Miguel Rodrigues Nunes. Caso realmente haja suspensão, o sindicato ingressará com a medida cabível imediatamente.
“Horário-corrido” – Após o baque da revelação inicial, a presidente Leilane Ribeiro de Oliveira quis conhecer a opinião de Mosele sobre a possibilidade de o servidor administrativo desempenhar sua jornada de trabalho em turno único de sete horas – mais o horário de atividade física –, o chamado “horário-corrido”. O superintendente revelou que o assunto tem motivado debates entre os diretores e demais superintendentes, confessando ainda não ter uma posição final a respeito do tema.
A presidente enfatizou que, se bem trabalhado pelas chefias, o “horário-corrido” pode proporcionar ganho de produtividade. “Ele motiva os servidores”, pontuou, sustentando ainda bastar que cada setor adote escala de trabalho apropriada para que não haja descontinuidade no serviço. A tese recebeu o apoio do novo chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, Antônio Marcos Teixeira, com a ressalva de que a prática seria inviável em alguns setores. “Depende muito do quantitativo de cada setor. Onde falta pessoal, é complicado adotar a prática”, ponderou.
Após as colocações, Mosele disse entender que o “horário-corrido” não era um direito subjetivo dos servidores – tese compartilhada pelo sindicato. Contudo, ele também disse não ver de modo negativo a possibilidade de que chefias e servidores negociem a escala de trabalho, exatamente como defende o SINPECPF. “A situação continuará como está hoje até que haja uma orientação geral sobre a questão”, concluiu o superintendente.
Isonomia no trato com os servidores – Outra preocupação do sindicato é a isonomia no tratamento dispensado a policiais e administrativos lotados na Superintendência. “Infelizmente, ainda existe muita discriminação contra o servidor administrativo, e o sindicato conta com sua colaboração para coibir tais práticas”, ressaltou a presidente.
Mosele garantiu que sua gestão será pautada pelo respeito a todas as categorias. “As portas do meu gabinete estarão abertas para resolver qualquer problema neste sentido”. O superintendente também prometeu dar atenção especial ao atendimento psicossocial dos servidores, outra prioridade do sindicato nesses tempos de stress e descontentamento com o órgão. “Sabemos que a Superintendência sofreu recentemente com problemas neste sentido, e damos muita importância para a questão”, afirmou Mosele, ressaltando que melhorar o clima institucional é uma das prioridades de sua gestão.
ÚLTIMOS COMENTÁRIOS