O SINPECPF promoveu na última sexta-feira (10) um dos encontros regionais mais aguardados do ano. Com o segundo maior colégio de filiados do país (superado apenas pelo DF), o estado do Rio de Janeiro sempre foi campeão de pedidos por uma visita da presidente Leilane Ribeiro de Oliveira. Sem contar com um representante estadual no estado, os cariocas ansiavam poder conversar de perto com a presidente, para ficarem plenamente inteirados sobre as atividades do sindicato.
O grande número de servidores presentes confirmou a expectativa por trás do encontro. Segundo Leilane, a visita ao Rio sempre esteve na pauta de prioridades da atual gestão, porém, os compromissos relativos às negociações pela reestruturação, somados a demandas urgentes que apareceram nos demais estados fizeram com que o encontro tivesse de esperar até dezembro. “Esta espera valeu a pena, pois chegamos ao Rio em um momento diferenciado”, afirma a presidente, fazendo referência ao papel de destaque que os servidores administrativos têm desempenhado na operação de pacificação das favelas do Complexo do Alemão.
Logo no início do encontro, a presidente chamou a atenção dos cariocas sobre a importância de o estado eleger seu representante estadual. Para Leilane, o grande número de servidores administrativos lotados no estado faz com que o Rio não possa permanecer sem um representante. “O Rio precisa de um representante para participar ativamente das atividades promovidas pelo SINPECPF. O estado é vital para a Polícia Federal, e os colegas cariocas precisam assumir papel de destaque em nossas lutas”, analisou.
A conversa seguiu com a presidente abordando a importância que o site possui como ferramenta de comunicação junto aos filiados. Na opinião dela, é essencial que cada filiado acesse o conteúdo do site ao menos uma vez por dia, para manter-se inteirado sobre as atividades sindicais. Leilane também enfatizou a utilização de ferramentas como e-mail e twitter para aproximar o filiado da diretoria. “Somos um sindicato de abrangência nacional. A utilização dessas ferramentas é o que permite nossa rápida comunicação com todos os estados do país”.
Leilane também falou sobre as batalhas que o sindicato tem travado em prol da reestruturação da carreira. Ela lamentou os sucessivos adiamentos na votação do relatório apresentado pelo Dep. Laerte Bessa para o projeto de Lei Orgânica da PF, esclarecendo que a demanda do PECPF acabou no meio do fogo cruzado promovido pelas categorias policiais, cujos interesses em relação à Lei Orgânica são conflitantes. “Infelizmente, apesar de nossa demanda ser defendida por todos, outros temas continuam provocando discórdia, e o panorama atual nos faz crer que o relatório do Dep. Bessa não será votado”, revelou. Caso a suspeita se confirme, Leilane diz que a diretoria do SINPECPF está pronta para enfrentar novamente o debate em uma nova rodada de audiências públicas.
Para terminar o encontro, a presidente abordou o projeto de reestruturação em análise no Ministério do Planejamento. Segundo ela, o processo de transição fez com que o governo fechasse as portas para as negociações sindicais. Entretanto, isso não significa que as negociações terminaram. “Temos atuado nos bastidores. Produzimos uma nova proposta junto à direção da PF, totalmente embasada naquela que foi oferecida à AGU”, revelou. Leilane também esclareceu que esta nova proposta já foi encaminhada aos técnicos do Planejamento, e que todo o processo foi feito sob orientação dos mesmos. “O próprio Planejamento nos forneceu as ferramentas para que elaborássemos essa nova versão. Precisamos aguardar que a proposta da AGU seja aprovada na Casa Civil, pois essa é a condição imposta para que nossa demanda avance”, pontuou.
Reunião com o Superintendente em exercício
Após o contato inicial com os servidores, a presidente do SINPECPF se reuniu com o Superintendente em exercício do estado, Nivaldo Farias de Almeida, para debater ações que possam melhorar o ambiente institucional para os servidores administrativos. Na opinião do Superintendente, o maior problema enfrentado hoje pelos servidores do PECPF é de cunho financeiro: os baixos salários oferecidos à categoria. Para o Superintendente, a reestruturação é importante, mas ela precisa vir acompanhada de reajuste salarial.
A presidente esclareceu que o sindicato luta por um reajuste salarial, e que a reestruturação da carreira é etapa primordial neste processo. Porém, na opinião dela, não é apenas a questão salarial que precisa ser revista na Polícia Federal. A distribuição de cargos de confiança e de chefias também foi lembrada, com críticas ao corporativismo que muitas vezes norteia tais escolhas. “Há casos em que servidores administrativos altamente capacitados foram preteridos por policiais sem que houvesse justificativas razoáveis para tanto”, observou Leilane, advertindo ainda sobre a necessidade de a Polícia Federal inserir normas que deem preferência aos servidores do PECPF na escolha de nomes para chefias tipicamente administrativas.
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