O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal -SINPECPF realizou, na manhã desta quinta-feira (18 de março), no auditório do INC/DITEC/DPF em Brasília, Assembleia Geral Ordinária para prestação de contas da anterior diretoria-executiva nacional do sindicato. Para a ex-presidente do SINPECPF, Hélia Cassemiro, o evento era a formalidade que faltava para por fim ao seu ciclo como representante da categoria.
Os trabalhos tiveram início às 10:30 da manhã, quando a atual presidente, Leilane Ribeiro de Oliveira, convidou os membros da diretoria anterior presentes no recinto para apresentar o relatório referente à administração das finanças no último mandato. Eles passaram a palavra ao contador José Gutemberg Amorim de Lima, atual responsável pela contabilidade do sindicato, que explicou os critérios utilizados na confecção do relatório financeiro. “Minha preocupação foi desenvolver um trabalho simples e de fácil compreensão. Nele estão relacionadas às despesas do sindicato, aferidas mediante notas fiscais, bem como a arrecadação da entidade”, relatou.
Após os esclarecimentos do contador, a ex-presidente tomou a palavra para comentar, página por página, as despesas relacionadas. Cópias do relatório foram disponibilizadas para que todos pudessem acompanhar a explanação. Para Hélia Cassemiro, os gastos contidos no relatório se justificam como decorrentes das atividades impetradas pelo sindicato. “Quando assumi o comando do SINPECPF, não havia dinheiro em caixa, e mesmo assim fomos em frente. Por isso, quando conseguimos ter capital em mãos, não hesitamos em aplicá-lo em projetos que aumentassem a visibilidade de nossa instituição”, explicou.
Em relação às dívidas herdadas pela atual diretoria, Hélia Cassemiro disse que as despesas decorrentes do encontro de representantes e da confraternização de final de ano foram realmente altas, mas estão de acordo com a normalidade para uma instituição sindical. “Era contrária à realização da festa, mas outros diretores e representantes desejaram me prestar uma homenagem. Quanto ao encontro, ele foi importantíssimo para fortalecer os alicerces da categoria. Somos um sindicato nacional, portanto, nada mais justo do que trazer os representantes estaduais para o palco de decisões”, afirmou. A ex-presidente ressaltou ainda o trabalho do escritório de advocacia do sindicato na negociação destas dívidas. “O Dr. Daniel tem realizado um trabalho extraordinário neste sentido. Embora o montante seja alto, ele não impedirá que a atual gestão ponha em prática seus planos para o sindicato”, pontuou.
A consolidação financeira do sindicato e a compatibilidade dos gastos com a atividade sindical foram pontos destacados por Pauleana Martins Nunes, vice-presidente da gestão anterior e atual diretora de assuntos parlamentares. Na opinião dela, o SINPECPF precisa fazer frente às demais entidades de classe da Polícia Federal, do contrário, será facilmente esquecida por autoridades em momentos chaves para a categoria. Segundo ela, isso justifica o gasto com brindes, despesa contestada por alguns colegas. “Ocupamos nossos espaços com coragem e nossas despesas foram feitas para marcar o nosso espaço junto a diversas autoridades. Isso não é barato, como também custa caro elevar a auto estima da categoria”, ressaltou.
O advogado do sindicato, Daniel Petrarca, tomou a palavra para falar sobre o processo de renegociação das dívidas da diretoria anterior. “Trabalhamos no sentido de honrar as despesas viabilizando a continuidade dos trabalhos do sindicato. Até o momento temos tido êxito neste objetivo”, informou. Daniel também esclareceu a situação do registro sindical da entidade, dizendo que a burocracia existente no Ministério do Trabalho tem protelado o desfecho da causa. “Já conquistamos o direito ao registro judicialmente e agora tenho concentrado esforços em resolver a questão no Ministério do Trabalho. Essa demanda é uma prioridade para meu escritório, pois entendo que a força de uma entidade sindical pode ser medida pelo número de seus filiados”. Vale destacar que a pendência no Ministério do Trabalho hoje impossibilita que o SINPECPF desconte contribuições de novos filiados.
Retomando a palavra, a ex-presidente ressaltou o rigoroso papel desempenhado pelo Conselho Fiscal de sua gestão. “Contamos com um Conselho Fiscal atuante, que destrinchava em detalhes todos os balancetes”. Todos os balancetes averiguados pelo Conselho Fiscal da última gestão foram aprovados, com apenas três ressalvas apontadas, relativas a despesas com alimentação em finais de semana, cujos valores são de R$ 798,05 – R$ 350,00 – R$ 372,00. Segundo Hélia, as datas decorrem de provável falha dos responsáveis pelo preenchimento das notas. “Ocorre que, nestes estabelecimentos, as notas fiscais são preenchidas manualmente, o que possibilita este tipo de erro. Além do mais, as notas datam de domingos, dia em que os referidos estabelecimentos sequer funcionam”, justificou.
Ao final dos esclarecimentos, os presentes foram convidados a se manifestar. Contudo, não houve questionamentos sobre as contas apresentadas. Ressalta-se que nenhuma pergunta foi encaminhada via e-mail, embora o SINPECPF tenha instruído seus representantes estaduais sobre isso, tendo também exposto neste site que qualquer dúvidas poderiam ser encaminhadas para a correspondência eletrônica do sindicato até as 17:00 do dia 17 de março.
Por fim, a ex-presidente pediu para que os presentes deliberassem pela aprovação ou não do conteúdo apresentado. Os nove filiados presentes aprovaram, de forma unânime, a prestação de contas apresentada pela diretoria anterior. Aguarda-se agora a manifestação dos estados com representação estadual, que deverá ser encaminhada formalmente à sede do SINPECPF até a próxima quarta-feira (24).
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