O SinpecPF, sindicato que representa os servidores administrativos da Polícia Federal, parabeniza o advogado André Luiz de Almeida Mendonça, pela indicação para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e o delegado Alexandre Ramagem Rodrigues pela nomeação para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Juntos, eles responderão pelo futuro da PF.
Não será uma tarefa fácil, não só em função do momento político pelo qual atravessa o país, mas, principalmente, pelo histórico de conflitos da própria instituição.
Aos novos comandantes caberá a difícil tarefa de conciliar os interesses das categorias que compõem a Polícia Federal. Nós, servidores administrativos, sabemos bem como brigas internas podem ser prejudiciais ao fortalecimento do órgão — mesmo em temas consensuais, caso da reestruturação da carreira. Isso precisa mudar imediatamente, pois é urgente modernizar a instituição.
Alexandre Ramagem ingressou na PF em 2005, na Superintendência Regional de Roraima. Em 2011, foi removido para Brasília para criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos. À época, abriu as portas de seu gabinete para o SinpecPF em busca de ideias que acelerassem a realização do segundo concurso para o Plano Especial de Cargos da Polícia Federal e a nomeação dos excedentes. Ao assumir a Coordenação de Recursos Humanos em 2018, deu seguimento à parceria com o sindicato. Em 2019, foi nomeado para a chefia da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde permaneceu até ser escolhido para o comando da PF.
Advogado da União há vinte anos, André Mendonça se notabilizou pelo combate à corrupção, atuando na negociação de acordos entre União e empreiteiras e outras empresas envolvidas em escândalos para firmar acordos de leniência. Estava no comando da AGU desde o início do governo Bolsonaro.
Desta forma, é certo dizer que o novo chefe da PF conhece bem a realidade da categoria administrativa, estando também a par das reivindicações da classe. O SinpecPF deseja boa sorte a Ramagem e Mendonça em seus novos cargos, desejando que o conhecimento prévio do primeiro sobre nossa carreira seja utilizado em prol da modernização da Polícia Federal.
Imagens: Agência Brasil
Enquanto o próprio sindicato da categoria afirmar que nossas atribuições são “atividade-meio”, nenhum avanço significativo poderá ser implementado.
“Pode-se entender a atividade-meio como aquela atividade que não é inerente ao objeto (Atribuição) principal da pessoa jurídica; assim, trata-se de um serviço necessário ao seu funcionamento, mas que não tem relação direta com a atribuição principal da pessoa jurídica, ou seja, é um serviço não essencial”.
Não é muito difícil entender que as atividades desenvolvidas pelos Agentes Administrativos da Polícia Federal são verdadeira atividade-fim do órgão, tais como controle de segurança privada, controle de armas e munições, migração, passaporte, entre outras.
Enquanto isso não estiver bem claro para a categoria, a começar por seus representantes, será difícil obter melhorias, uma vez que o próprio sindicado afirma serem servidores sem nenhum critério que nos diferencie de outras carreiras, pois que desempenham apenas atividade-meio.
Exercemos atividade-fim e isso deve ser entendido, reconhecido e incorporado, tanto pelo Sindicato que nos representa como por todos os servidores do PECPF.
Olá, colega,
O SinpecPF pensa exatamente como você. Tanto que, nos últimos anos, nossa luta tem sido para regulamentar nossa atuação nas atividades de fiscalização e de controle que já exercemos na prática. O termo “carreira meio” entrou no texto buscando não repetir o termo “administrativa”. Entretanto, mostrou-se opção incorreta. Já está corrigido.
O que realmente importa não é se as atividades são início, meio ou fim, mas o valor e a importância que se dá a cada uma delas. Sabe-se que todas funcionam como elos de corrente. Se um estiver quebrado, tudo se partirá, espatifando-se no chão, pois uma corrente com ponto fraco não sustenta peso por muito tempo. O FBI americano preza o trabalho meio como sendo de fundamental importância para o sucesso do órgão, disponibilizando 4, isso mesmo, quatro AADM’s para cada policial ativo. A PF faz o inverso. É por isso que as operações e trabalhos de grande repercussão quase sempre fracassam. Aqui, dá-se amplos poderes para terceirizados até pra usarem os uniformes da pf e pilotar viaturas ostensivas. Mas se um AADM tentar a se “atrever”, com certeza estará indiciado em um PAD, com certeza. Nos tratam como inimigos do órgão, e não como parte dele.