Mais uma vez o SINPECPF roubou a cena em audiência pública para debater os problemas que afligem a Polícia Federal. Desta vez, o palco foi a Assembleia Legislativa do Mato Grosso, que promoveu na quinta-feira (20) debate intitulado a “Reestruturação da Polícia Federal”. Em discurso contundente, a presidente Leilane Ribeiro de Oliveira relacionou os problemas da PF ao baixo efetivo administrativo, argumentando que a carência reflete diretamente na atividade policial.
Leilane iniciou sua fala explicando o papel dos servidores administrativos na PF. Enfatizou que toda estrutura de apoio às atividades policiais são responsabilidade da categoria, enaltecendo também a atuação em atividades-fim, tais como emissão de passaporte, controle migratório, controle e registro de entrada de produtos químicos no país, fiscalização e registro de empresas de segurança privada, entre outros.
“Para realizar todas essas atividades, a PF mato-grossense conta hoje com apenas 31 servidores”, resaltou a presidente (25 na Superintendência de Cuiabá; 1 em Cáceres; 2 em Barra da Garça; e 3 em Rondonópolis). Ela destacou ainda a ausência de administrativos na delegacia de Sinop, deixando claro que a falta de servidores obriga a PF a desviar policiais e terceirizados para atividades administrativas.
“As tarefas que deveriam ser desenvolvidas por servidores administrativos estão sendo repassadas para profissionais terceirizados que, em sua maioria, estão despreparados, desconhecem a realidade da Polícia Federal e não tem responsabilidade para com a sociedade”, denunciou Leilane, que também teceu críticas ao desvio de função de policiais. “Lugar de policial federal é combatendo o crime. É isso que a sociedade espera deles”, protestou.
Após falar sobre a carência de servidores administrativos e a importância da categoria, Leilane relatou o descaso do governo para com a classe. Ela falou sobre o relatório que o Ministério do Planejamento apresentou no final do ano passado, no qual se reconhece a necessidade de modernizar a carreira administrativa, mas nenhuma solução concreta é apresentada. “Tínhamos um projeto que não foi aprovado e não nos apresentaram algo concreto em troca. Precisamos de soluções práticas, pois a cada dia perdemos mais servidores”.
Finalizando, a presidente destacou que os servidores administrativos precisam de valorização e reconhecimento, tanto da própria PF, como dos parlamentares e da sociedade. “A proposta de reestruturação da carreira que apresentamos ao Planejamento garantia tudo isso, com o compromisso de resolver problemas do órgão e fortalecer a segurança pública”, observou ela. “Precisamos ou que ele seja aprovado ou que o governo apresente proposta equivalente”.
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