Tão importante quanto lutar por melhorias é não aceitar retrocessos. Com essa premissa em mente, o SinpecPF se reuniu hoje (30) com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Pontel de Souza, para deixar claro que a categoria administrativa da Polícia Federal não aceitará ser rebaixada mediante inclusão em um “carreirão” genérico, como sugere o Ministério da Economia.

Há 14 anos lutando para que as especificidades da carreira administrativa sejam reconhecidas, o SinpecPF não poderia agir de forma diferente. Embora o Ministério da Economia ainda não tenha apresentado seu projeto de “reforma administrativa”, diretrizes preocupantes — tais como congelamento das remunerações (ou mesmo a redução dos salários iniciais) e a generalização das atribuições — vão na contramão do projeto de valorização pelo qual a categoria luta desde sua criação.

“Não temos ilusão de que essa reforma traga melhorias para a categoria. Pelo contrário! E uma vez que o Ministério da Justiça sempre reconheceu que nossa classe é diferenciada, queremos que isso seja traduzido em uma defesa enfática dela”, pontuou o presidente João Luis Rodrigues Nunes.

Segundo Pontel, a reforma administrativa está sendo integralmente projetada pelo Ministério da Economia. “Ainda não fomos ouvidos”, revelou. “Contudo, reconhecemos que os administrativos da PF realizam atribuições únicas e continuamos interessados em ver essa situação devidamente regulamentada”, garantiu.

Correção da amplitude — Naturalmente, a reunião também foi pautada pela recente negativa do Ministério da Economia à proposta de correção da amplitude da carreira administrativa. Segundo Pontel, todas os pedidos do MJ que envolviam algum tipo de impacto foram negados. “A Lei Orçamentária será fechada hoje. No momento, estamos lutando para que o orçamento da pasta para 2020 não seja inferior ao de 2019, que é a sinalização da equipe econômica. Cortes e mais cortes”, revelou.

Para o secretário, o avanço do pleito de correção da amplitude depende da melhora do cenário econômico. “Ainda consideramos um pleito justo, porém, caso não haja melhora nos indicadores econômicos, com consequente aumento da arrecadação, será impossível negociar qualquer ajuste remuneratório”, ponderou.