A paciência acabou. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã de hoje (31), os administrativos lotados no Distrito Federal decidiram subir o tom contra o Governo Federal e paralisar atividades na próxima quinta-feira (7). As principais reivindicações são a retomada das negociações sobre a reestruturação da carreira e a recomposição da força de trabalho da categoria.

A assembleia foi marcada pela insatisfação dos atuais servidores e pela presença massiva de candidatos aprovados no concurso público para o PECPF realizado em fevereiro. Como o certame foi homologado em junho, não há qualquer impeditivo para que as nomeações dos novos colegas ocorram durante o período eleitoral. “A PF precisa de vocês e estamos juntos na luta pela nomeação”, garantiu o presidente em exercício, João Luis Rodrigues Nunes.

Durante a Assembleia, o sindicato voltou a protestar contra o descaso dos diretores do órgão. A categoria lembrou os sucessivos atrasos do Concurso de Remoções, que contrastam com o grande número de remoções ex-ofício pagas a policiais federais nos últimos anos, conforme noticiado pela imprensa.

A ridícula proibição do uso do emblema também foi lembrada. Colegas citaram constrangimentos ocorridos em operações durante a Copa do Mundo, quando foram proibidos de utilizar roupas identificatórios pelas chefias. “Somos tão parte da Polícia Federal quanto os policiais”, protestou a suplente de diretoria Jacqueline Rodrigues.

Outro motivo de indignação é a cessão de funcionários da Infraero para a Polícia Federal. O sindicato apurou que o acordo com a Infraero foi costurado pelo Ministério da Justiça visando aplacar a carência de pessoal. Os recursos para o pagamento desses funcionários estão vindo da própria PF e poderiam ser melhor empregados caso fossem investidos na capacitação dos atuais servidores ou na realização de novos concursos.

Diante da falta de ações do Governo Federal e da direção da Polícia Federal para solucionarem os problemas, a categoria não teve dúvidas e optou pela paralisação na próxima quinta-feira (7). Entre as ações previstas está uma marcha do Edifício Sede da Polícia Federal até o Ministério do Planejamento, com início programado para as 14h00 e presença confirmada dos aprovados e excedentes do último concurso. “Queremos somar forças e lutar pela categoria desde já”, garantiram.

 


Os aprovados e excedentes querem somar forças e lutar pela categoria desde já.

 

Com a marcha, o sindicato espera ser recebido por representante do Ministério para entregar pauta de reivindicações:

  1. Nomeação dos aprovados no concurso para o Plano Especial de Cargos da Polícia Federal homologado em junho;
  2. Convocação dos excedentes do mesmo concurso a fim de suprir a enorme carência de servidores;
  3. Fim do tratamento discriminatório para com a categoria (proibição do uso do emblema; proibições de participação em recrutamentos para setores administrativos; assédio moral; etc.)
  4. Início do processo de remoção dos servidores contemplados nos Concursos de Remoção abertos para a categoria;
  5. Retomada das negociações relativas à reestruturação da carreira e da modernização das atribuições;
  6. Implementação da indenização de fronteira;
  7. Projeto de lei garantindo a isonomia no recebimento da Gratificação de Desempenho (GDATPF) pelos aposentados.

 

[ATUALIZADO] Com a proibição da PF de utilizar roupas com dizeres de protesto, o SINPECPF solicita a todos os colegas do país que vão trabalhar trajando roupas pretas amanhã.

Sobre o corte do ponto, o sindicato lembra que a Justiça entende que a compensação é sim possível. Caso a PF tente vetar essa possibilidade como afirmado no BS de hoje, o sindicato acionará o Judiciário.

 Sobre o corte do ponto, o sindicato lembra que a Justiça entende que a compensação é sim possível. Caso a PF tente vetar essa possibilidade como afirmado no BS de hoje, o sindicato buscará os meios legais.