“Terceirização, NÃO! Reestruturação é a solução!”. Com este lema em mente os servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal lotados em Brasília se reuniram em Assembleia Geral Extraordinária na terça-feira (31) para deliberar sobre a melhor forma de expressar a indignação da categoria com a crescente terceirização de postos de trabalho na PF. Os participantes avaliaram que a melhor forma de o PECPF dar seu recado é cruzar os braços, paralisando as atividades administrativas da PF no próximo dia 8 de junho.
Na opinião dos servidores do PECPF, o comando da PF subverte os valores da segurança pública ao afirmar que as atividades terceirizadas hoje pelo órgão são simples e de pequena importância. “Estamos fartos de ouvir esse discurso. Afirmam que querem nos valorizar, nos colocar a frente de atribuições mais importantes, mas deslocam cada vez mais policiais para o comando de setores administrativos. Que valorização é essa?”, indagou a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, em tom de protesto.
De acordo com a presidente, caso os setores terceirizados não fossem realmente importantes, a imprensa não estaria dando destaque para a terceirização irregular. “Esses postos são sim importantes e nós queremos assumi-los. Hoje não contamos com o número suficiente de servidores para tanto, mas basta o Governo reestruturar nossa carreira e realizar um novo concurso para que possamos fazer isso”, sentenciou.
Durante a Assembleia, o SINPECPF apontou que se alguém se beneficia com a terceirização, certamente não é a sociedade, que hoje tem que desembolsar muito mais dinheiro para manter a máquina da PF funcionando dessa forma, segundo dados de relatório de despesas com terceirizados produzido pela própria PF. O documento em questão mostra que em 2010 a PF gastou mais com mão de obra terceirizada do que com servidores administrativos.
O sindicato também destacou que, quando o comando da PF optou por realizar o concurso para o PECPF em 2004, contratando pouco menos que dois mil servidores, cinco mil terceirizados foram dispensados do órgão. “Isso demonstra que são necessários em média três terceirizados para realizar o trabalho de um servidor administrativo. Não há economia alguma na terceirização”, constatou a presidente.
O SINPECPF aguarda agora que os demais estados se manifestem a respeito da aprovação ou não da paralisação no dia 8 de junho. O prazo para que isso seja feito vai até a manhã de sexta-feira (3).
Trabalho parlamentar
A Assembleia também serviu para que o sindicato detalhasse o trabalho que vem sendo feito junto aos parlamentares para que a questão da terceirização seja debatida pelos governantes. “Procuramos todos os membros da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara (CSPCCO) e expomos a necessidade de discutirmos este tema com afinco”, explicou a presidente. “O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB/SP) propôs que sejamos ouvidos pelos parlamentares em audiência pública. Essa é uma excelente oportunidade de apresentarmos nossa solução para o problema da terceirização”, avalia a presidente.
A próxima reunião da CSPCCO acontece nessa quarta-feira (1º) às 14h00. Visando garantir que o pedido de audiência seja acolhido, o sindicato estará na Câmara durante todo o dia para conversar com os integrantes da Comissão, expondo os problemas advindos da contratação de mão de obra terceirizada. Os servidores que quiserem colaborar com o sindicato nessa empreitada poderão ir à Câmara panfletar contra a terceirização na PF. Para tanto, o sindicato irá disponibilizar ônibus, que partirá do Ed. Sede rumo à Câmara dos Deputados hoje às 8h00.
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