Márcio Thomaz Bastos diz que já acertou sua saída do governo e fica até 1º de janeiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá convidar nos próximos dias o ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence ou o ministro da Coordenação Política, Tarso Genro, para comandar o Ministério da Justiça em substituição ao advogado Márcio Thomaz Bastos.
O ministro já acertou com Lula que só permanece no governo até 1º de janeiro, data da posse do presidente para o segundo mandato. Considerada uma área estratégica, o Ministério da Justiça não será submetido à negociação política com os partidos da base governista.
– Espero que o novo ministro intensifique alguns programas, modifique outros, mas caminhe nesta mesma direção, que é construir instituições sólidas, infensas aos humores dos governos – disse Bastos, depois de participar da abertura da 4ª Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).
No momento, o nome mais cotado para assumir a vaga de Bastos é Sepúlveda Pertence. Para Bastos, Pertence é o jurista mais completo e experiente em atividade hoje no país. Pertence é discreto e sempre esteve afinado com causas humanistas, duas características consideradas importantes por Lula para o sucessor de Bastos. O favoritismo do ministro do STF já virou até trocadilho entre os integrantes do núcleo de ministros mais próximo a Lula.
– O futuro do Ministério da Justiça a Sepúlveda pertence – brinca um auxiliar de Lula.
Caso Pertence não aceite a proposta, a segunda opção de Lula seria Tarso Genro, advogado, culto e uma espécie de curinga do governo. Ele já esteve à frente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, do Ministério da Educação e da Coordenação Política. Na fase inicial do mensalão, foi destacado para presidir interinamente do PT. Depois da abertura da 4ª Enccla, Bastos viajou ontem num Legacy recém-comprado pela Aeronáutica para o México. O ministro vai representar Lula na posse do presidente eleito, Felipe Calderón.
Ministro vai tirar férias e deve criar um blog
Com bom-humor, Bastos disse que depois de deixar o ministério sairá de férias por dois meses. Ele já havia divulgado publicamente, há três meses, que não permaneceria no cargo. Um dos planos do ministro para a fase pós-governo é abrir um escritório de advocacia. Antes de assumir o ministério, Bastos, um dos mais conceituados advogados do país, contratou uma empresa para cuidar de seu patrimônio enquanto estivesse no serviço público.
O ministro diz também que poderá criar um blog. Seria uma forma de se manter em atividade, mesmo sem vínculos formais com qualquer estrutura governamental. Desde o início da década passada, Bastos é o ministro da Justiça que permaneceu por mais tempo no cargo. Em dois mandatos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve nove ministros da Justiça.
O Globo
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