“É vedado ao SinpecPF pronunciar-se ou posicionar-se sobre assuntos de natureza político-partidária ou religiosa”. Tal comando consta no Art. 4º do Estatuto Social de nossa entidade. Por força dessa diretriz, o sindicato sempre adotou postura suprapartidária, dialogando com atores dos mais diversos matizes políticos.
É também por conta dessa determinação estatutária que o sindicato nunca fez e jamais fará campanha por alguma candidatura política. Vale dizer que, se ao sindicato é vedado se posicionar, o mesmo não vale para seus diretores, que, como quaisquer cidadãos, têm o direito de opinar livremente sobre questões políticas.
Tal conduta foi muitas vezes incompreendida por alguns filiados, especialmente aqueles mais engajados politicamente. Bastava ao SinpecPF sentar-se à mesa com alguém do partido A para que defensores do partido B passassem a criticar a entidade, e vice-versa, comportamento observado desde antes da fundação da entidade, na época em que as pautas da categoria ainda eram defendidas por uma associação (Anasa).
Apesar dessas acusações injustas, o sindicato manteve o caráter democrata e não abdicou de conversar com os representantes eleitos pelo povo. O fez sem jamais perder o senso crítico, posicionando-se contra atos e políticas públicas contrárias ao interesse da categoria independentemente de quem estivesse no poder.
O que nos leva ao Governo Bolsonaro e ao atual clima de polarização política que se alastrou pelo país. Como o atual mandatário do Planalto foi eleito com o discurso de valorizar os profissionais de Segurança Pública, o SinpecPF naturalmente buscou interlocução com o Governo. Antes mesmo da posse, chegamos a ter extensa reunião com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), que se comprometeu a atuar como um verdadeiro “despachante” das demandas da carreira administrativa junto ao então ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o titular da pasta da Economia, Paulo Guedes.
Fato é que, depois da posse do pai, Eduardo deixou de atender os apelos do sindicato para novas reuniões. Apelos que também foram ignorados por Sérgio Moro e André Luiz de Almeida Mendonça no Ministério da Justiça e Segurança Pública, e também pelo Ministério da Economia. Nenhum deles recebeu o sindicato para dialogar.
Entre as aprovações da Reforma da Previdência e da PEC Emergencial, a categoria amargou mais dois anos sem reajustes salariais e viu estacionar o pleito de regulamentação das atribuições de fiscalização e de controle exercidas pela classe. Mas o que já está ruim pode piorar ainda mais com a vindoura Reforma Administrativa, que pretende retirar ainda mais direitos e ampliar a divisão em castas dentro do funcionalismo.
Apesar disso tudo, sempre que o sindicato direciona uma crítica ao atual Governo, inúmeros colegas vêm em defesa daqueles que, sistematicamente, têm atacado nossos direitos. Usam de expedientes como comentários no site e nas redes sociais, ligações para os membros da diretoria, ameaças de campanha de desfiliação, chegando, em alguns casos, a proceder nesse sentido. Isso afora as brigas com colegas de posição contrária e as descabidas acusações de que o SinpecPF seria um antro comunista.
Pois bem, caros colegas que ainda simpatizam com o atual Governo — chegou a hora de abrir os olhos. Não é preciso que o sindicato se posicione politicamente para constatar o óbvio: até o momento, o Governo Bolsonaro tem sido péssimo para os servidores administrativos da Polícia Federal. Após a PEC Emergencial, mesmo os policiais federais decidiram expor sua indignação.
Não podemos aceitar mais esses ataques. Graças à PEC Emergencial, corremos o risco de ficar mais 15 anos sem reajustes! Isso tudo em um cenário de pandemia, sem vacinas e com forte inflação.
O SinpecPF e a categoria administrativa respeitaram a vontade popular e agiram com urbanidade até o momento. O mínimo que esperávamos era respeito mútuo. Se tudo o que o governo tem para nossa categoria são farpas, ele não poderá reclamar quando pagarmos na mesma moeda.
O que cansa é exatamente isso: governo novo, diretor novo, chefe novo e lá vamos nós lamber as botas. E toda vez é isso: logo a chefia chuta a gente com a bota.
Brincando dessa brincadeira já se foram quantos anos? 15? 20?
Esqueçam isso aqui. Façam disso aqui um passatempo, um ponto de encontro para tomar um café e achem uma fonte de renda fora daqui.
Até mesmo os policiais estão com perdas reais nos últimos 15 anos. Nós muito mais.
Caro colega, sei que todos estão apreensivos e até mesmo revoltados com a atual situação de “caça às bruxas”! O descaso é nítido e transparente em relação ao nosso cargo. Dessa forma, não se trata desse ou daquele governo, mas de gestão interna! O órgão PF não nos representa! O órgão PF não nos quer em suas fileiras e só não nos chuta pra fora por causa da Lei nº 10.682/2003 em seu Art. 9º (Lei de criação do PEC).
Quer ver situação mais degradante e vexatória que ter uma lei que trata do não percebimento de gratificações?
Aí está: …
Art. 4o A partir de 1o de março de 2008 e até 31 de dezembro de 2008, a estrutura remuneratória dos integrantes do Plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal terá a seguinte composição: (Redação dada pela Lei nº 11,784, de 2008)
I – Vencimento Básico; (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
II – Gratificação de Atividade – GAE de que trata a Lei Delegada no 13, de 27 de agosto de 1992; (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
III – Vantagem Pecuniária Individual – VPI, de que trata a Lei no 10.698, de 2 de julho de 2003; (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
IV – Gratificação Temporária de Apoio Técnico-Administrativo à Atividade Policial Federal – GTEMPPF, observado o disposto no art. 4o-A desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
V – Gratificação Específica de Atividades Auxiliares da Polícia Federal – GEAAPF, observado o disposto no art. 4o-B desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
VI – Gratificação de Desempenho de Atividade de Apoio Técnico-Administrativo à Polícia Federal – GDATPF. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
§ 1o A partir de 1o de março de 2008, os integrantes do Plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal não farão jus à percepção das seguintes parcelas remuneratórias: (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
I – Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa – GDATA, de que trata a Lei no 10.404, de 9 de janeiro de 2002; e (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
II – Gratificação Específica de Apoio Técnico-Administrativo à Atividade Policial Federal – GEAPF, de que trata o art. 5o da Lei no 11.095, de 13 de janeiro de 2005. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
§ 2o Os integrantes do Plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal não poderão perceber a GDATPF cumulativamente com quaisquer outras gratificações que tenham como fundamento o desempenho profissional, individual, coletivo ou institucional ou a produção ou superação de metas. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
§ 3o Observado o disposto no inciso VI do caput deste artigo e no inciso I do § 1o deste artigo, os valores eventualmente percebidos pelo servidor a título de GDATA de 1o de março de 2008 até a data de instituição da GDATPF deverão ser deduzidos dos valores percebidos pelo servidor a título de GDATPF a partir de 1o março de 2008, em decorrência do disposto no § 1o do art. 4o-C desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)…
Assim sendo, meus caros colegas, não se trata só de governos ou pessoas, mas de Governos, Pessoas, Administração Pública, Ministérios, mas o pior dentre eles, o próprio órgão que nos renega.
Concordo e entendo as vossas revoltas, porém, o que se esperar de um deputado, o qual já havia comentado anteriormente sobre suas baboseiras, que é escrivão, filho do presidente e ainda só ficou por 4 anos no órgão e está há 6 na Câmara? Pensaram mesmo que este nos faria a ponte até seu pai? O fato que quero aqui externar é que não importa quem esteja na chefia do Poder Executivo, não haverá nada para nós no órgão! As decepções com este governo têm sim aumentados disparadamente, porém, foram 15 anos desde a criação do PEC até a posse desse sujeito, e estávamos na mesma situação. Agora, como já se passaram quase 3 anos dessa gestão, entendo sim que o PEC deve convocar-nos para a assembleias e movimentos necessários para terminar com essa situação de vez. Do jeito que está não pode ficar, e nem piorar.
Falou tudo colega! Vem e sai governo e esse sonho sem fim de possibilidade de melhoria para nós do PECPF.
Governo é um só e independe de partidos, todos irão empurrar com a barriga as demandas do funcionalismo publico, e no caso em tela a PF são dos policiais e em especial dos deltas.
Tem que haver a possibilidade de ir para outros órgãos porque nesse órgão já deu.