A coleção de medalhas ao redor do pescoço não deixa dúvidas: a colega aposentada Rúbia Maria Oliveira Santos é atleta, e de ponta. Seu esporte é a natação, e as piscinas, seu segundo lar. “O melhor momento do meu dia é quando estou nadando”, confessa, revelando seguir rotina pesada de treinamento: cinco mil quilômetros de braçadas todos os dias.
As medalhas vistas na foto foram todas conquistadas durante o World Police & Fire Games 2011, realizado na cidade de Nova York. Nas águas norte-americanas, Rúbia representou com bravura a Polícia Federal. Foram oito medalhas (cinco de ouro, duas de prata e uma de bronze) e três quebras de recordes da competição –que, por acaso eram dela própria.
Extremamente competitiva, Rúbia contou com um adversário extra em sua epopeia esportiva pelos mares estadunidenses. O furacão Irene, que atingiu a cidade de Nova York exatamente na data de início das competições (28 de agosto) fez com que todo o cronograma fosse alterado, diminuindo o intervalo entre diversas provas e, consequentemente, o período de descanso entre elas.
O quadro mais dramático ocorreu durante os 3 mil e duzentos metros da Travessia em Águas Abertas, em pleno litoral de Manhattan, prova na qual nossa atleta conquistou a medalha de prata após uma extenuante batalha contra competidora canadense e as águas geladas do Atlântico Norte. “Houve um momento em que cogitei desistir. Estava preocupada em desenvolver um quadro de hipotermia. Mas aí eu via minha adversária logo ao meu lado e voltava a nadar!”, conta a nadadora. O esforço foi recompensado: Rúbia completou a prova com o tempo de 1h08min29s, apenas três segundos atrás da competidora do Canadá.
Falta de apoio –Mesmo com tantos resultados positivos em sua carreira esportiva, Rúbia afirma não contar com o apoio institucional da Polícia Federal. “A PF deveria valorizar mais os seus atletas”, constata. Questionada se a falta de incentivo poderia estar relacionada ao fato de ser uma servidora administrativa, Rúbia avalia que não é o caso. “O descaso é geral”, lamenta.
Rúbia treina por conta própria desde 2003, quando encontrou na natação não apenas uma forma de manter a saúde em dia, mas também uma porta de entrada para o sonho de disputar os Joids representando a instituição. Hoje, ela não consegue imaginar sua rotina longe das piscinas. “O esporte foi ótimo pra mim. Melhora até o humor. O dia que não posso nadar, fico mal humorada”, confessa aos risos.
A nadadora agora espera que a Polícia Federal reveja sua política de incentivo ao esporte, apoiando com mais convicção a prática de atividade física dos servidores. “Estender a prática para os servidores administrativos foi um bom primeiro passo. Falta agora um apoio mais forte aos atletas”, pondera. Para Rúbia, apoiar o esporte é investir na eficiência do servidor. “Muda completamente a disposição! O esporte lava a alma!”
Confira aqui os resultados obtidos por Rúbia durante o World Police & Fire Games 2011:
·50 metros peito – medalha de ouro, com quebra de recorde;
·100 metros peito – medalha de ouro;
·100 metros livre – medalha de ouro, também com quebra de recorde;
·200 livre – medalha de ouro, e novo recorde;
·400 livre – medalha de prata;
·Revezamento medley (4×50) – medalha de ouro, com a parceria de Lys Locatelli, Adriana Pita, Patrícia Costa;
·Revezamento (4×50 livre) – medalha de bronze, com a parceria de Lys Locatelli, Adriana Pita, Patrícia Costa;
·Travessia águas abertas – 3 mil e duzentos metros – medalha de prata;
Rúbia faz questão de agradecer o apoio do SINPECPF, que colaborou com sua ida aos Estados Unidos para a competição.
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