A atual diretoria do SINPECPF foi eleita com o compromisso de visitar todas as Superintendências Regionais para não apenas construir um retrato fidedigno da situação do PECPF em todo país, como também para atuar diretamente na solução de problemas locais. O mais recente encontro aconteceu em Porto Velho, Rondônia, na última quarta-feira (27). Lá, o clima institucional foi bem avaliado, o que não diminui a insatisfação com o tratamento dispensado pelo governo à categoria.
A primeira queixa levantada no encontro diz respeito à demora do governo em implantar o adicional de fronteira para os servidores da PF. Com uma extensa fronteira e tendo a maior parte de suas atividades intimamente ligada ao policiamento dessa área, os colegas rondonienses têm especial interesse em ver essa demanda atendida. A presidente Leilane Ribeiro de Oliveira explicou que a demora tem fundo meramente financeiro, visto que o governo ainda calcula o impacto do beneficio conforme a área que será abrangida.
“O adicional está aprovado, mas ainda há divergência sobre a extensão territorial que ele irá cobrir”, explicou. Ela revelou que a última versão do texto prevê que as localidades beneficiadas sejam estipuladas posteriormente, via decreto, o que daria maior margem de atuação para os gestores da Polícia Federal. “O SINPECPF tem defendido que o benefício seja pago não apenas para os postos próximos à fronteira, mas para toda a região da Amazônia Legal, compreendendo assim Porto Velho”, concluiu.
A presidente também falou sobre a expectativa com relação à reunião no Ministério do Planejamento na próxima quarta-feira (4). Ela afirmou esperar uma proposta concreta, embora não tenha condições de prever se a mesma será boa ou ruim. “Será uma data crucial para sabermos ao certo como o governo enxerga o pleito administrativo”, avaliou, pedindo aos colegas que participem da campanha de doação de sangue que o Mude PF promove na quarta-feira para chamar a atenção do governo em relação à questão administrativa.
Os presentes pediram empenho do sindicato no trato da reestruturação, visto que a maior parte dos servidores do estado já pode se aposentar e apenas aguarda pela reestruturação. “Essa é nossa prioridade”, enfatizou a presidente, lembrando que o sindicato luta para que a proposta contemple também os servidores inativos.
Os colegas rondonienses também questionaram a presidente sobre questões gerenciais do sindicato. Queriam saber sobre a viabilidade de um repasse mensal para os estados. “Infelizmente, isso é inviável no momento. Nossa arrecadação é modesta e toda a receita está atualmente comprometida com o melhor atendimento aos filiados”, explicou. “Mesmo a melhoria proporcionada com a regularização da rubrica já está comprometida, visto que assumimos o compromisso de ampliar a assistência jurídica para casos sem relação com a atividade funcional, o que implica gastos”.
Outra sugestão levantada foi a criação de um Fórum no site do SINPECPF. “A questão será analisada junto à diretoria e a equipe de comunicação”, adiantou a presidente.
Reunião com o superintendente – Acompanhada da representante em exercício, Maria Fidência Pereira Ribeiro, e da diretora de comunicação social, a presidente se reuniu com o Superintendente de Rondônia, Donizetti Aparecido Tambani, para debater as demandas dos colegas rondonienses. Em pauta, um tema recorrente na maioria dos estados: a possibilidade de os colegas fazerem horário corrido.
Donizetti se comprometeu a avaliar com cuidado a questão, mas se disse preocupado com eventual comprometimento do serviço. O sindicato rebateu afirmando que, com um pouco de esforço, é possível construir uma escala de trabalho apropriada. Outro argumento levantado pela gestão seria a criação de distinção entre as categorias administrativa e policial. Leilane lembrou que a diferenciação foi instituída em lei, visto que os policiais são contratados em regime de dedicação exclusiva. “São situações distintas”, sustentou.
O superintendente também disse torcer para que a categoria receba uma boa proposta do Planejamento na quarta-feira. Na avaliação dele, a reestruturação administrativa é uma demanda urgente da Polícia Federal. “É por isso que há consenso na demanda de vocês”, avaliou, confessando ainda ver com tristeza o clima de desunião instaurado na instituição. “É algo preocupante”.
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