Um ciclo se completou no último dia 30 de maio. Com a reunião na Superintendência Regional do Espírito Santo, o SINPECPF concluiu o projeto de visitar todos os estados e conversar de perto com os filiados de todo o país. Graças à empreitada, o sindicato se aproximou dos filiados, recuperou a confiança de gente que havia se desligado da entidade, e solucionou problemas de ordem local. A despeito de algumas críticas, o saldo é positivo.

Positivo também foi o encontro com os colegas capixabas. Nele, a presidente Leilane Ribeiro reiterou o compromisso do sindicato de lutar pela valorização profissional dos servidores administrativos da PF, incluindo aí os aposentados e pensionistas. “Devemos lutar para que nosso papel no órgão seja devidamente reconhecido, o que possibilitará reestruturar nossa carreira”, pontuou.

Convicta disso, a presidente não escondeu as ressalvas à ideia de alguns servidores de pedir redistribuição para outros órgãos. Ela lembrou ter participado de reuniões com representantes classistas de praticamente todo o funcionalismo federal e garantiu que o cenário pintado pelos colegas de fora não é animador. “Todos se queixam e as queixas são parecidas. Baixos salários, assédio moral, desmotivação, falta de reconhecimento — problemas que conhecemos tão bem”, disse, descrevendo o teor das conversas. “À primeira vista, a redistribuição parece uma solução para nossos problemas imediatos — solução fácil, até. Mas seríamos bem vindos nesses novos órgãos? E que órgãos seriam esses?”, ponderou, estimulando a reflexão dos colegas.

A presidente também esclareceu a opção por não realizar greves durante o período da Copa do Mundo. “Submetemos a questão aos filiados em abril, durante Assembleia, e a maioria considerou que não devíamos paralisar atividades”. Decisão tomada, Leilane avalia que a categoria deve aproveitar o evento para ‘mostrar serviço’. “Os holofotes estarão voltados para a PF e devemos mostrar que somos competentes e que desempenhamos atividades importantes. Mostrar que a PF precisa de nós”.

 

Conversa com o superintendente — Após falar com os servidores, a presidente Leilane Ribeiro e a suplente da representação estadual, Janaina Gomes de Paiva, reuniram-se com o superintendente no estado, Vádson José Rabelo. No encontro, as representantes do SINPECPF abordaram queixas dos colegas quanto a eventuais tratamentos discriminatórios para com a categoria. “Isso precisa acabar”, pontuou a presidente.

Mas a principal reclamação da categoria é com relação aos funcionários terceirizados. Segundo os colegas, alguns deles atuam na PF desde 2007. A avaliação geral é que há “apadrinhamento”, o que faz com que alguns terceirizados sejam capazes até mesmo de agir de forma desrespeitosa com os servidores.

Outra queixa relativa aos terceirizados é o acesso dos mesmos a sistemas restritos. “Apenas servidores deveriam ter esse acesso”. Garantindo pautar seus atos pela legalidade e pela transparência, Vádson afirmou que analisará os casos relatados e ficará atento ao clima institucional para evitar hostilidades entre servidores e contratados. O SINPECPF também procederá na análise dos relatos para formatar eventual denúncia aos órgãos fiscalizatórios.