Os representantes estaduais que compareceram ao V Encontro Nacional do SINPECPF tiveram a oportunidade de participar de audiência com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, ocorrida na manhã da última terça-feira (29). Durante o encontro, os representantes puderam expor os principais problemas enfrentados pela categoria, além de conhecer os planos da Direção Geral para solucionar estas questões.
Extremamente receptivo, Daiello iniciou a conversa reiterando seu compromisso em trabalhar pela aprovação das demandas consensuais da Polícia Federal. “Não quero tratar as carreiras que compõe a PF de forma distinta. Por isso, quero apoiar propostas que não possuam resistência entre as demais categorias”, destacou. Dentre essas propostas, o diretor destacou a instituição do auxílio-moradia para servidores lotados em localidades de difícil provimento ou particularmente onerosas, na qual ele está atualmente empenhado.
Daiello revelou que pretende negociar as demandas do órgão junto ao governo de forma parcelada, para que o foco não seja perdido. A presidente Leilane Ribeiro de Oliveira lembrou que a reestruturação da carreira administrativa não encontra resistência entre as demais categorias do órgão, e que ela não prevê impacto orçamentário para a União – “desta forma, esta demanda pode ser negociada desde já”, ressaltou. Daiello concordou, afirmando que colocará a reestruturação na primeira leva de demandas que negociará junto ao Ministério da Justiça.
Os representantes solicitaram que a direção-geral tome medidas para coibir o crescimento dos desvios de função de policiais. Na opinião deles, o órgão precisa valorizar seus talentos administrativos, oferecendo a estes postos de comando relativos à atividade meio. O diretor-geral afirmou que esta sempre foi sua intenção, mas considera o processo complicado, pois são poucos os servidores que aceitam assumir as responsabilidades de uma chefia sem serem devidamente recompensados para isso. “Precisamos adequar os valores pagos aos servidores que recebem essas funções”, ponderou.
A Secretária Geral do SINPECPF, Joana Machado De Carvalho Abrahão, concordou com a ideia do diretor de rever os valores devidos aos ocupantes de cargos de chefia, mas também ressaltou a importância de o órgão fortalecer a estrutura de suporte, citando o Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) como exemplo de programa que prejudica o serviço desenvolvido na Polícia Federal. “A Polícia Federal é um órgão cheio de peculiaridades. Nossos servidores não podem ser jogados na vala comum, pois prestamos atividade diferenciada dos demais órgãos”, destacou.
Sobre a terceirização de atividades da Polícia Federal, Daiello explicou os postos ocupados precisam ser revistos, de modo a garantir que as carreiras integrantes do órgão preservem seus espaços. “A terceirização era uma política do governo anterior que está sendo alterada. Particularmente, não sou contrário, porém, algumas atribuições são muito importantes para serem entregues a funcionários de fora do órgão”, avaliou.
Para enfrentar a escassez de servidores administrativos vivida pelo órgão, Daiello assegurou que irá batalhar pela realização de um novo concurso, prevendo a criação de 3 mil novas vagas. Entretanto, o diretor quer consolidar o processo de reestruturação da carreira antes de realizar um novo certame. “O melhor para a Polícia Federal é que estes servidores cheguem à instituição com uma carreira organizada e com uma remuneração mais condizente”.
Encerrando a reunião, o diretor-geral conclamou os servidores administrativos a ocuparem seus postos de direito. Para Daiello, todo processo de ruptura é lento, mas a Polícia Federal precisa se modernizar e precisa dos servidores administrativos para tanto. “Vocês estão hoje lutando para garantir espaço e isso incomoda. Tenham paciência e continuem cobrando o governo que vocês irão conseguir a valorização que merecem”.
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