Representantes de entidades de classe da Polícia Federal reúnem-se nesta terça-feira (20/6) com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para negociar acordo que impeça os federais de cruzarem os braços, em todo o Brasil, por 24 horas, nesta quarta. O encontro será em Brasília, às 18h.
Francisco Carlos Garisto, presidente da Fenapef — Federação Nacional dos Policiais Federais, disse à revista Consultor Jurídico que “a única saída para que não ocorra a paralisação nesta quarta será o governo cumprir o que vem prometendo há um ano e meio para a PF: reajuste de 60% nos salários”. Os federais concordam em receber 30% desse reajuste agora e 30% em fevereiro próximo.
Todos os estados haviam aderido à paralisação até esta terça, a exceção de Alagoas e do Distrito Federal, que ainda fazem assembléia para discutir a greve de um dia.
O presidente licenciado do Sindicato dos Policiais Federais do Estado de São Paulo, Francisco Carlos Sabino, que esteve ao lado de Thomaz Bastos em Santos, na terça passada, relata que o ministro da Justiça teria confirmado que “faria de tudo” para que a greve não acontecesse. Thomaz Bastos está reunido com o ministro Guido Mantega, da Fazenda, para cuidar do assunto.
Em SP, estão confirmadas paralisações totais nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, e no setor de passaportes. Garisto relata que a paralisação da PF poderá ser estendida para quinta e sexta-feira.
Segundo a Fenapef, “o movimento é um protesto à demora na implementação da recomposição salarial da categoria, conforme compromisso já assumido por escrito pelo Ministro da Justiça, a partir de negociações que se arrastam desde julho do ano passado”.
Jornalista: Claudio Julio Tognolli
Revista Consultor Jurídico, 20 de junho de 2006
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