O colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, conhecido como Chupeta, foi preso no começo da manhã desta terça-feira, em Aldeia da Serra (Grande São Paulo). De acordo com a Polícia Federal, ele lidera uma quadrilha de traficantes internacionais de drogas e é um dos homens mais procurados pela DEA (agência norte-americana antidrogas).

Considerado herdeiro do cartel de Cáli, Abadia permanecerá preso, à disposição da Justiça, na sede da Superintendência Regional da PF, na Lapa (zona oeste de São Paulo).

Esta não é a primeira vez que Abadia é preso. Em março de 1996, ele se entregou à polícia colombiana e confessou ter enviado 30 toneladas de cocaína aos Estados Unidos e atuado ao lado do cartel de Tijuana (México). Com a confissão, o colombiano acabou beneficiado e, embora tenha sido condenado a 23 anos de prisão, foi solto em 2002.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos chegou a pedir a prisão dele para fins de extradição em 1996 pelo “presumível envolvimento” com o cartel do Vale do Norte da Colômbia, mas não foi atendido.

Segundo a PF, a prisão de Abadia integra a operação Farrapos, que acontece a partir desta terça-feira em São Paulo, Rio, Minas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No total, serão cumpridos 17 mandados de prisão de 28 de busca e apreensão.

Histórico

Conforme a Polícia Nacional da Colômbia, Abadia está envolvido com o tráfico desde 1986. Nos anos 90, ele liderou uma organização que enviava centenas de toneladas de cocaína a Los Angeles e San Antonio, nos Estados Unidos, a partir do México. Os entorpecentes chegavam ao México por rotas aéreas e marítimas que partiam da costa colombiana.

“Ele criou sua própria rede distribuidora na cidade de Nova York, convertendo grande parte de seu capital fruto de negócios ilegais em bens dos quais a maioria está em nome de seus familiares e de terceiros”, afirma a polícia.

O traficante, segundo a Polícia Nacional, tem “perfil violento tanto com sócios e colaboradores como com as autoridades que o perseguem”. “Informações dão conta de que ele [Abadia] é o autor intelectual de várias execuções de pessoas a serviço do narcotráfico e de familiares, sócios e colaboradores do extraditado Victor Patiño Fomeque, em retaliação por tê-lo acusado perante as autoridades norte-americanas.”

da Folha Online