Delegado também quer movimentação financeira de Lorenzetti, Bargas e Expedito, envolvidos na compra do dossiê
A Polícia Federal pedirá à Justiça Federal de Mato Grosso a quebra do sigilo telefônico do ex-chefe do serviço de inteligência do PT Jorge Lorenzetti; do diretor do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso; e do ex-secretário de Trabalho Osvaldo Bargas, ex-assessor do presidente do PT, Ricardo Berzoini. Os três petistas, que trabalhavam no comitê da campanha pela reeleição do presidente Lula, se envolveram na operação de compra do dossiê contra os tucanos e não convenceram os responsáveis pelas investigações com seus depoimentos na PF, em Brasília, na sexta-feira.
O delegado Diógenes Curado Filho pode pedir ainda a quebra do sigilo bancário dos três. O delegado e o procurador da República Mario Lúcio Avelar, responsáveis pelas investigações, acham que os três apresentaram depoimentos articulados pelos seus advogados.
PF investigará agências de onde saiu o dinheiro
A PF também quer pedir à Justiça a quebra do sigilo de agências bancárias em que foi feito o saque do R$1,1 milhão apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha no hotel em que foram presos em São Paulo.
Os investigadores esperam apenas que o Departamento de Inteligência da PF, em Brasília, termine a análise das informações para indicar de que agências o dinheiro pode ter saído. Os investigadores devem pedir ainda ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) um rastreamento dos saques. A análise da PF é feita com base nas cintas que envolviam parte do dinheiro apreendido. Já foram identificadas notas que passaram pelo Bradesco, pelo Bank Boston e pelo Banco Safra.
Parte dos recursos estava identificada com cintas do Bradesco, que continham o número 3752, possível referência à central de distribuição que trabalha para o Bradesco e de onde pode ter saído o dinheiro para ser distribuído para uma das agências do banco em São Paulo. A central ficaria na Barra Funda, no Centro da cidade, e atenderia a vários bairros. Outras cintas vinham identificadas apenas com a inscrição “119 – Cpo Grande” e “Caxias 118”. A indicação foi interpretada pela Polícia Federal como mostrando que os saques foram feitos em agências em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e Duque de Caixas, na Baixada Fluminense.
O Globo
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