A PF (Polícia Federal) ouve nesta sexta-feira os pilotos do jato Legacy que colidiu com o avião da Gol em 29 de setembro último. Os americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, que estavam no Rio desde outubro, chegaram à Superintendência da PF em São Paulo por volta das 7h50.
Na terça (5), a Justiça Federal determinou a devolução dos passaportes dos pilotos em 72 horas, prazo previsto para os depoimentos. A decisão em conceder o habeas corpus foi unânime.
Os americanos tiveram os documentos retidos pela Justiça e ficaram impedidos de deixar o Brasil após o acidente, que resultou na queda do Boeing da Gol que fazia o vôo 1907 e na morte dos 154 ocupantes. O jato, da empresa americana de táxi-aéreo ExcelAire, conseguiu pousar, apesar de danos na asa.
Investigação
A PF deve apontar que os pilotos do Legacy tiveram uma parcela de responsabilidade no acidente. Eles devem ser indiciados segundo o artigo 261 do Código Penal – expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia.
O inquérito da Polícia Federal sobre o choque caminha para a responsabilização de vários envolvidos no acidente, incluindo controladores de vôo e tripulantes do Legacy, além de ressaltar as falhas existentes nos sistemas de radar da Aeronáutica.
A expectativa é de que os pilotos retornem ainda nesta sexta aos Estados Unidos, após o depoimento.
37 mil pés
Relatório preliminar sobre as causas do acidente, divulgado no mês passado pela Aeronáutica, mostra falhas de comunicação entre os pilotos do Legacy e os controladores de Brasília e confirma que o jato voava na mesma altitude do Boeing no momento da colisão – a 37 mil pés (11,2 km).
Conforme o plano de vôo, o jato, que partiu de São José dos Campos (SP) com destino a Manaus, deveria ter baixado para 36 mil pés em Brasília e, pouco antes do choque, subido para 38 mil pés, altitude que deveria ter sido mantida até Manaus.
Da FolhaNews
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