Polícia Federal apreende 9t de maconha e haxixe em dois estados. Na operação, integrante do PCC foragido de presídio volta para a cadeia
Marcio Fernandes/AE
A droga estava escondida em sacas de feijão e seria transportada em uma carreta do Paraná
A Polícia Federal apertou o cerco contra traficantes de drogas e, um dia depois de apreender 3,64t de maconha em São Miguel do Iguaçu (PR), recolheu ontem 5t toneladas do entorpecente, e 2kg de haxixe. Foram duas operações, em São Paulo e no Paraná, que acarretaram na prisão de 12 pessoas. Os policiais encontraram a droga no bairro de Vila Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. A maconha e o haxixe estava acondicionados em sacas de feijão, e seriam transportados em uma carreta Scania com placas de Foz do Iguaçu (PR).
O veículo de carga vinha sendo acompanhado pelos policiais desde a cidade paranaense. Quando a carreta estacionou em uma das ruas da Vila Brasilândia, em frente a um galpão, os agentes realizaram o flagrante, prendendo 11 pessoas envolvidas no transporte da droga. Segundo os agentes, a droga abasteceria, além de São Paulo, os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Entre os detentos, está o vendedor Flávio Rodrigo Mota Fonseca, de 24 anos, acusado de chefiar a quadrilha. Fonseca, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), é conhecido como “Baleado”, por ter recebido cinco tiros durante um assalto a um posto de pedágio. Ele estava foragido do Presídio Presidente Bernardes, onde deveria cumprir pena por praticar assaltos. O integrante do PCC estava no local da apreensão e foi pego na Avenida Raimundo Pereira Magalhães, na altura do número 4.500, Pirituba, tentando fugir em um carro. Baleado foi transferido no início da tarde de ontem para um presídio de São Paulo.
Na segunda-feira, a Polícia Federal havia apreendido 3,64t de maconha escondidas embaixo de 27t de farinha de trigo. Os agentes abordaram na BR-277 um caminhão Mercedes dirigido por J.M.O, 47 anos, que, nervoso, despertou desconfiança nos policiais. O veículo foi levado até Foz do Iguaçu e, após a retirada da carga, foi encontrada da droga, que seguiria também para a capital paulista. O motorista foi autuado em flagrante e levado, a exemplo dos detidos na Zona Norte de São Paulo, para a sede da Superintendência da Polícia Federal.
Marcola indiciado
Ontem, o promotor Marcelo Milani resolveu incluir Marcos Herba Camacho, o Marcola, entre os sete acusados da morte do bombeiro Alberto Costa, de 41 anos. Ele foi assassinado quando tentava alertar seus colegas do 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros (GB) sobre o início dos ataques do PCC, na madrugada do dia 13 de maio. O crime ocorreu na frente do quartel do 2º GB, nos Campos Elísios, no centro de São Paulo.
Além de Marcola, outro integrante da cúpula do PCC será denunciado hoje como mandante do crime: trata-se de Julio Cesar Guedes de Moraes, o “Julinho Carambola”, segundo homem na hierarquia da facção criminosa. A acusação contra os dois chefes do PCC será a de homicídio qualificado, pois houve emboscada e o motivo foi torpe. O promotor deve divulgar hoje os demais detalhes da denúncia, que será apresentada ao 1º Tribunal do Júri, em São Paulo.
Apesar das críticas feitas por movimentos de direitos humanos à atuação do secretário de Segurança Pública do estado, Saulo Abreu, frente ao caos que se transformou São Paulo durante os ataques da facção, o governador Cláudio Lembo (PFL) garantiu ontem a manutenção de Abreu até o final de sua gestão. “Essas entidades têm todo o direito, quase a obrigação de fazer uma fiscalização de todos os atos do Estado, mas devo dizer também que o secretário permanecerá até o fim do governo”. E elogiou Abreu: “Ele demonstrou muita coragem e foi destemido naqueles dias tão difíceis e tenho um grande respeito administrativo e pessoal pelo secretário”.
CRACK VINDO DE DOURADOS
No interior de São Paulo, policiais da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) apreenderam 5kg de pasta para crack no distrito de Brigadeiro Tobias, Zona Leste de Sorocaba, a 92km da capital. A droga, suficiente para a preparação de pelo menos mil pedras de crack, estava escondida em um caminhão procedente de Dourados (MS). O motorista, Geraldo Medina Cristaldo, de 51 anos, que não tinha passagens pela polícia, foi preso quando parou para abastecer o veículo. Os policiais souberam da droga por meio da interceptação de conversas telefônicas entre presos, autorizada pela Justiça. Segundo a polícia, o crack seria distribuído em São Paulo, e o dinheiro, usado para financiar crimes.
Da Redação do Correio Braziliense
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