Cirurgião, há 30 anos em hospital público, nega taxa de até R$3 mil
A Polícia Federal prendeu ontem em Lapa, na região metropolitana de Curitiba, o médico Luis Lauro Lacks, acusado de cobrar por cirurgias pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e de falsificar guias de internação. O médico trabalha há 30 anos no Hospital Regional São Sebastião, pertencente ao governo do Paraná. Como único cirurgião da cidade, ele teria facilidade para agir e cobraria de R$500 a R$3 mil.
Os agentes também cumpriram mandados de busca no hospital, na Clínica Cruz Azul, onde o médico atuava há cinco anos, e em suas duas residências. Segundo a PF, foram apreendidos documentos, comprovantes de depósitos bancários e livros onde o médico registrava consultas e cirurgias, inclusive com anotação da procedência do paciente pelo SUS e o valor cobrado. Essa documentação pode comprovar o crime, cuja pena varia de um a oito anos de reclusão. Além dos documentos, foram apreendidas duas armas.
Lacks negou as acusações e alegou que nunca cobrou pelas cirurgias cobertas pelo SUS:
– Nada disso é verdadeiro. Estou aqui há 31 anos. Se eu não prestasse, não estaria há tanto tempo.
A Polícia chegou ao cirurgião através de denúncias do diretor-geral do Hospital São Sebastião, Antônio José Lemos, que se baseou em depoimentos de pacientes lesados pelo cirurgião:
– É de ficar revoltado. Recebi denúncias de pacientes lesados por ele e que chegaram a pagar de R$500 a R$3 mil.
O Globo
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