Em assembleia realizada no último dia 12 de junho, os servidores do Plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal (PECPF) decidiram rejeitar a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviço Público. A oferta do governo incluía um aumento de 9% para 2025 e 5% para 2026, além de ajustes nos steps dos padrões e classes para os níveis superior e intermediário. No entanto, a categoria considerou as mudanças insuficientes para atender suas demandas históricas de valorização e reconhecimento profissional.
A proposta do governo federal previa, além dos reajustes gerais, uma alteração nos steps para os servidores de nível superior, passando de 2,0% para 2,14% nos padrões, e de 3,0% para 4,0% nas classes. Para os servidores de nível intermediário, as mudanças nos steps seriam de 0,20% para 0,25% nos padrões, e de 0,6% para 0,8% nas classes. No entanto, estas alterações foram consideradas insatisfatórias pelos servidores do PECPF.
Atualmente, a diferença salarial entre o início e o final de carreira dos servidores de nível intermediário é de aproximadamente R$ 602, com cada step representando um acréscimo de cerca de R$ 30. Com a proposta apresentada, a amplitude salarial passaria para R$ 657 em 2025 e R$ 731 em 2026. Mesmo assim, muitos servidores consideram inaceitável trabalhar um mínimo de 20 anos para um aumento de apenas R$ 600.
A categoria tem enfrentado perdas remuneratórias significativas ao longo dos anos, agravadas pela falta de reconhecimento das atribuições complexas e únicas desempenhadas pelos servidores do PECPF, que lidam com grandes volumes de informações confidenciais e executam atividades de fiscalização e controle na área de polícia administrativa.
Outros dois pontos cruciais para a rejeição da proposta, foi a possibilidade de transformação dos cargos do PECPF em cargos de analista e técnico pela Lei Orgânica da Polícia Federal, bem como a tramitação da proposta de aglutinação, medidas que pesaram na decisão dos servidores já que modificará o rumo da categoria no futuro. Com essa transformação, os servidores do PECPF esperam uma valorização real de suas funções e uma estrutura de carreira mais justa, diferente da proposta oferecida, que se assemelha ao “carreirão” do Poder Executivo.
O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) tem liderado a luta por essa reestruturação desde sua criação, buscando o reconhecimento do governo federal para a valorização dos cargos e a integração efetiva da categoria à Polícia Federal. A rejeição da proposta de reajuste salarial é mais um capítulo dessa luta contínua, que visa modernizar a gestão de pessoas no órgão e mitigar o grave êxodo de profissionais, evitando desvios de funções de policiais e a terceirização irregular de atividades.
Computado os votos dos filiados, a decisão de rejeitar a proposta de reajuste decorreu de 68% dos filiados votantes, tendo em vista dos 32% que pretendiam aceitar a proposta. Os servidores do PECPF reafirmam seu compromisso em buscar soluções mais efetivas e justas para suas carreiras, mantendo-se firmes na luta por uma reestruturação que realmente valorize o trabalho árduo e indispensável que realizam dentro da Polícia Federal.
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