A missão do SinpecPF é promover a valorização profissional dos servidores administrativos. Com esse objetivo em mente, o sindicato tem travado diversas batalhas, entre elas, a luta pela instituição da Retribuição por Titulação e da Gratificação por Qualificação para a categoria, benefícios que visam incentivar a capacitação técnico-acadêmica dos servidores.
São dois os objetivos por trás desses benefícios: o primeiro é encorajar o servidor a se especializar em sua área de atuação funcional, premiando-o e valorizando-o por esse esforço. O segundo é estimular que esses profissionais permaneçam na Polícia Federal por mais tempo, assegurando que o órgão desfrute dos conhecimentos adquiridos nessas especializações, algo que assegura mais qualidade e eficiência aos serviços prestados pela instituição.
Excelente exemplo de servidor que seria alcançado pelos benefícios é o colega agente administrativo Pablo Moreno Feitosa Gurgel. Agente Administrativo lotado na Superintendência Regional da Paraíba, o colega é técnico em eletrônica e graduado em Engenharia Civil, tendo ainda se especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho e concluído Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental. E esse currículo invejável não deve parar de crescer tão cedo: Pablo é hoje aluno especial de doutorado em Engenharia Civil e Ambiental.
De acordo com o colega, a paixão pelo estudo é herança de família. “São muitos professores na família. Meus pais, esposa e cunhadas. Acredito que a paixão pela pesquisa surgiu da admiração que sempre nutri pela profissão e pelo meio acadêmico”, revela.
A mais recente conquista acadêmica do colega foi a seleção de artigo de sua autoria para o evento “A Conferência da Terra 2018 – Fórum Internacional de Meio Ambiente”, que serão realizado pela ONU em João Pessoa – PB entre os dias 6 e 10 de novembro. O trabalho de Pablo é intitulado “Sustentabilidade Corporativa dos Órgãos Judiciários na Paraíba”.
Em entrevista ao SinpecPF, o colega — escolhido nosso Servidor em Foco — fala sobre sua paixão pela pesquisa acadêmica, sustentabilidade corporativa, valorização profissional da PF, entre outros temas.
Onde você trabalhava antes de ingressar na Polícia Federal?
Pablo: Antes de ingressar na Instituição eu era estudante de Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental, aqui na UFPB.
Onde você nasceu e qual foi sua primeira lotação na Polícia Federal?
Nasci na cidade de Alexandria-RN, terra da “Serra Barriguda” e do “Açude das Pulgas”. Nosso concurso reservava vagas para todos os estados. Me inscrevi para concorrer às vagas daqui da Paraíba e fiquei lotado na capital, em João Pessoa.
De onde nasceu a paixão pela pesquisa? Pode citar os principais cursos que você possui?
Acredito que a paixão pela pesquisa surgiu pela admiração que sempre nutri pela profissão de professor e pelo meio acadêmico. Meus pais, minha esposa, cunhadas, são muitos professores na família. Sou um entusiasta do conhecimento e de sua aplicabilidade em benefício da sociedade. Ao longo de minha vida acadêmica e profissional, participei de várias ações de capacitação presenciais e na modalidade EAD. Acredito que todas contribuíram para a minha formação multidisciplinar. Nos últimos dois anos conseguimos duas publicações de artigos científicos relacionados às atividades da DELESP, em eventos regional e nacional e uma publicação de artigo científico relacionado à atividade de Docência na ANP.Net em evento internacional.
Recentemente, você teve um artigo sobre Sustentabilidade Corporativa dos Órgãos Judiciários da PB selecionado para “A Conferência da Terra – Fórum Internacional do Meio Ambiente – UFPB”. Como chegou ao tema?
Foi através da disciplina Tópicos Especiais: Fundamentos da Sustentabilidade Corporativa que cursei no primeiro semestre deste ano. Ela despertou meu interesse sobre a temática, por estar relacionada à minha formação. Ao final da disciplina, tínhamos que desenvolver artigo sobre sustentabilidade. Escolhemos o estudo de caso, analisando o judiciário paraibano. Foram muitas descobertas.
Uma vez que você analisou a realidade do Judiciário em relação à sustentabilidade, seria capaz de traçar um comparativo com o que acontece hoje na Polícia Federal?
Podemos dizer que a temática “Sustentabilidade Corporativa” ainda não é tratada diretamente como uma Política Pública ou Projeto Institucional na corporação. Por sua vez, o Poder Judiciário já trata o tema como política pública há algum tempo. Em 2015 o Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução nº201/2015, na qual integrou várias ações isoladas desenvolvidas pelos órgãos judiciários, torna-as obrigatórias.
Todavia, a Polícia Federal já dá sinais de que os conceitos do Triple Bottom Line (Nota: Tripé de Sustentabilidade, conceito que congrega pilares de sustentabilidade em nível ambiental, social e econômico) estão sendo incorporados à organização. Muitas de nossas novas edificações já estão sendo concebidas contemplando alguns critérios de sustentabilidade. Tentaremos convencer a Direção Geral que o órgão e a sociedade só têm a ganhar normatizando o tema.
Por que optou pelo concurso para a Polícia Federal?
A Polícia Federal sempre foi elogiada pela sociedade, pelo combate aos crimes contra a União, bem como pela repressão ao tráfico de drogas. Me identifiquei com a instituição, com o ambiente de trabalho e, aliado a questões familiares, permaneço aqui até estes dias.
Você avalia que o conhecimento — seja profissional ou acadêmico — é corretamente valorizado pela Polícia Federal? Outros órgãos estão à frente?
Acredito que em parte. Alguns servidores chegaram ao órgão com experiências profissionais anteriores e foram alocados em setores onde poderiam contribuir melhor para a Administração. Acredito que, no tocante aos servidores do Plano Especial de Cargos, há muito a ser feito. Muitos servidores possuem formação superior, pós-graduação, e não são devidamente reconhecidos por isso. Em outras instituições, mesmo não trabalhando diretamente com atividades relacionadas às suas formações, os servidores possuem direito à Retribuição por Titulação ou Gratificação por Qualificação. Aguardamos há bastante tempo a reestruturação da nossa carreira, que pretende contemplar tais benefícios.
Na sua opinião, quais são os pontos positivos da Polícia Federal? E os negativos?
A Instituição, assim como demais órgãos públicos está em constante aprimoramento de seus mecanismos de gestão, seja da atividade fim, seja da atividade meio. Também vemos que a PF considera o meio acadêmico como um grande aliado para o alcance das metas estabelecidas no Planejamento Estratégico da Instituição. Vários convênios/acordos de cooperação com Universidades e Programas de Pós-Graduação foram firmados. Isso é fato incontestável. Vemos todos estes cenários como pontos positivos.
Acreditamos que a política de gestão de pessoas deve ser mais abrangente no tocante ao perfil profissiográfico, permitindo uma melhor gestão por competências, explorando de forma mais eficiente as potencialidades e aptidões de cada servidor, buscando “universalizar” as oportunidades a todos aqueles que queiram se qualificar e/ou contribuir para melhoria da organização.
Como você avalia a atuação do SinpecPF e o que você sugere ao sindicato?
Acredito que o sindicato, assim como outras entidades sindicais, vem amadurecendo ao longo dos anos. Sua luta pela valorização do Plano Especial de Cargos deve ser incessante e incansável. Mas o sindicato por si só não vai resolver os problemas da categoria sem que cada um faça a sua parte, participando e contribuindo para o debate de ideias, trazendo soluções para os nossos problemas.
Em minhas conversas com os colegas, sempre procuro enfatizar que devemos buscar o desafio, buscar ocupar postos estratégicos na instituição para que sejamos vistos, mais respeitados e mais valorizados. Não se enxerga aquilo que não se vê. Devemos provar para a Polícia Federal e para a sociedade o quanto somos capazes. Sei que podemos muito. Conclamo a todos os colegas para participar deste desafio.
Sinceramente o nobre colega é um exemplo a ser seguido e digo mais, em nossa carreira existem vários “Pablo Moreno Feitosa Gurgel”, e realmente devemos honrar os dedicados servidores que se empenham em prestar um bom serviço público com sua qualificação continuada, bancado com recursos próprios.
Parabéns, e que Deus abençoe largamente o colega e a todos que se dedicam ao serviço público/nação, muitas vezes sem o reconhecimento devido mas não esmorecendo em sonhar com um futuro melhor para o Brasil através da prestação de um serviço público de excelência a sociedade e a valorização da CARREIRA ADMINISTRATIVA DA POLÍCIA FEDERAL…..forte abraço!
Esqueceu de citar a física: dois corpos não conseguem ocupar o mesmo espaço. Como iremos ocupar espaço se os “policiais administrativos” não largam o osso? Centenas e centenas de policiais ocupando espaço dos administrativos no RH, no protocolo, no passaporte, no Nutran, nos contratos, na prefeitura do prédio, nas comunicações, nas licitações…..acho MUITO difícil largar um osso delicioso destes: policial trabalha como administrativo, recebe salário como policial. Se aposenta antes devido ao risco de vida, mas o único risco é furar o dedo com um clips. Quem em sã consciência largará uma picanha destas?