Falha no centro de controle de vôos de Curitiba, o Cindacta-2, foi detectada às 14h20 e solucionada às 15h30
Pela segunda vez em três dias, o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Espaço Aéreo (Cindacta-2), em Curitiba, apresentou uma pane no sistema de comunicação (radiofreqüência) e comprometeu vôos na Região Sul com reflexos nos principais aeroportos do País. Foram registrados atrasos de até oito horas em São Paulo. O problema de ontem – semelhante ao que ocorreu na sexta-feira – foi detectado às 14h20 e solucionado às 15h30, mas à noite os atrasos persistiam.
Boletim da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontou que, até as 16 horas de ontem, em 12 aeroportos do País, dos 625 vôos programados 96 (15,36%) estavam atrasados e 50 (8%) foram cancelados. No Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo, um vôo da Oceanair para Salvador, que deveria ter decolado às 12h20, só saiu às 20h15, por culpa da pane no Cindacta-2, segundo funcionários da empresa. Outros 13 dos 201 vôos de Congonhas atrasaram ontem. No sábado, pelo menos 32% dos pousos e decolagens sofreram atrasos superiores a uma hora em todo o País.
Na pane de sexta-feira, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi o mais atingido, com 81% de seus vôos atrasados. Ontem, foram sete atrasos. O mais significativo foi o do vôo 9716 da TAM, para São Paulo: mais de duas horas.
Na tarde de sábado, o problema teria sido totalmente solucionado. Mas ontem, o sistema de comunicação voltou a falhar. Desde dezembro, este é o terceiro problema semelhante enfrentado nos aeroportos do País.
No Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba (PR), foram registrados 14 atrasos, a maioria de vôos que tinham conexões. O caso mais grave foi do vôo 03887, da TAM, que deveria chegar de Brasília às 12h36 e teve seu horário de chegada alterado para as 20 horas. O mesmo avião deveria seguir para Foz do Iguaçu minutos depois, mas até as 20h20 não havia decolado.
No Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, passageiros chegaram a esperar até seis horas para embarcar. Segundo a Anac, entre meia-noite de sábado e 16 horas de ontem, 14 dos 94 vôos programados partiram com atraso e 21 foram cancelados. De acordo com a Anac, os atrasos ainda são reflexo das falhas do sistema de comunicação no Cindacta-2 registrada na sexta-feira.
O vôo 03097, da TAM, que partiria para Vitória (ES) às 6h45, demorou três horas para decolar porque a tripulação que conduziria a aeronave teve de ser trocada por “excesso de carga horária”, segundo a Anac.
A agência, no entanto, não soube informar se os passageiros esperaram por uma solução dentro do avião ou na sala de embarque. No caso mais grave, um vôo da TAM com destino a Porto Alegre, previsto para decolar às 5 horas, só saiu às 11 horas.
“O vôo da TAM deu pane no painel de controle e não decolamos. Ficamos 40 minutos no avião e, depois, esperamos duas horas na sala de embarque. A coisa está complicada na aviação”, afirmou a auxiliar administrativa Bárbara Nunes, de 28 anos, que viajou com a amiga Cristiane Victor, de 32 anos para Porto Seguro (BA) e ontem tentava voltar par ao Rio.
“Estou até com saudade da Varig. Demos sorte que o avião quebrou em terra firme”, declarou Cristiane, que é psicóloga.
No Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis (SC), dos 19 vôos nacionais e 40 internacionais, 11 saíram com atrasos superiores a uma horas. O maior atraso foi registrado no vôo 9911 da TAM, com destino a São Paulo: embora a saída estivesse programada para as 8h30, só aconteceu às 12h52
Em Brasília, foram registrados 19 atrasos.
Depois de um sábado de relativa tranqüilidade, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve atrasos e cancelamentos de vôos, ontem.
De 0h às 16h, houve nove atrasos superiores a uma hora e sete cancelamentos, de um total de 25 vôos previstos. Cinco atrasos foram em vôos da Gol e quatro, da TAM.
O Estado de S. Paulo
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