O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) registra seu veemente repúdio às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparam os servidores públicos brasileiros a parasitas.
Infelizmente, as palavras do ministro não chegam a surpreender. Desde a corrida eleitoral, quando teve seu nome alçado ao posto de futuro ministro pelo então candidato Jair Bolsonaro, Guedes tem se notabilizado por incessantes declarações contra o funcionalismo, com intuito de denegrir a imagem dos servidores e do próprio Estado brasileiro.
O ministro assim o faz por uma única razão: egresso do mercado financeiro, onde fez fortuna especulando com o dinheiro alheio, Guedes tem ojeriza a qualquer mecanismo capaz de se contrapor à seus instintos mercenários. É o caso do aparato estatal, com suas leis e servidores públicos, estes os últimos guardiões da democracia e da cidadania brasileiras. Profissionais que, mesmo sem muitas vezes contar com condições ideais de trabalho, desdobram-se para garantir que os interesses privados de sujeitos como Guedes não se sobreponham ao interesse público.
O desapreço de Guedes em relação aos servidores só não é maior que a repulsa que o ministro sente em relação ao próprio povo, destinatário final dos serviços públicos prestados pelo funcionalismo. Não é por menos que, estando um ano à frente da pasta da economia, ele já tenha promovido ataques à Previdência, aos direitos trabalhistas e aos gastos obrigatórios com serviços essenciais de saúde e educação, entre outros. Mesmo a segurança pública, área de atuação dos profissionais representados por este SinpecPF, elencada como “prioridade” pelo presidente Bolsonaro, tem sofrido seguidos cortes que comprometem a eficiência do combate ao crime e à corrupção.
Certamente o ministro entende que assistir as camadas mais pobres da sociedade constitui empecilho para que financistas como ele próprio possam enriquecer livremente. Hoje, mais da metade dos recursos públicos vão parar nos bolsos de rentistas que, tal como Guedes, acham mais importante garantir o custeio de uma dívida pública pouco transparente do que o futuro dos cidadãos brasilieiros.
Por fim, o SinpecPF gostaria de desafiar o ministro a trabalhar durante apenas um dia nas fileiras da carreira administrativa da Polícia Federal. Estamos certos de que, ao exercer — ainda que temporariamente — atividades como controle imigratório, fiscalização de produtos químicos e de empresas de segurança privada, de suporte às operações policiais, entre tantas outras exercidas por nossa classe, o ministro perceberia que os servidores administrativos da PF fazem muito mais do que apenas “carimbar papéis”. Não é por menos que a PF é hoje a instituição que desfruta dos maiores índices de credibilidade junto à população no país, em patamares muito superiores aos da classe política e do seguimento financeiro, círculos dos quais o ministro Guedes faz parte. Se há parasitas atuando no país, certamente não somos nós.
O SINPECPF DEVERIA ENTRAR COM UMA AÇÃO DE DANOS MORAIS CONTRA O SENHOR MINISTRO, É O MINIMO
ESSA “CAÇA ÀS BRUXAS” FOI ABERTA AINDA NA ERA FHC. AQUELE MALDITO QUE CHAMOU OS APOSENTADOS DE “VAGABUNDOS”, QUE INICIOU O SUCATEAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO, DAS FORÇAS ARMADAS E DA ESTATAIS. ASSIM SENDO, ESTAMOS RETORNANDO AOS ANOS “DOURADOS”, QUANDO SERVIDORES PÚBLICOS ERAM MAL REMUNERADOS, DESACREDITADOS, SEM PLANOS DE CARREIRAS, SEM CRÉDITO ALGUM, SALÁRIOS ATRASADOS, SEM CREDIBILIDADE, CHAMADOS DE “PREGUIÇOSOS”, MAS QUE NA VERDADE SEMPRE TRABALHARAM EXAUSTIVAMENTE, SEM DIREITO A RECEBER HORAS EXTRAS, SOB PRESSÃO E CHEFIADOS POR PESSOAS, GERALMENTE APADRINHADOS/APANIGUADOS DE POLÍTICOS, E QUE, NA MAIORIA DAS VEZES, SEQUER SABIAM QUAIS ERAM AS ATRIBUIÇÕES E PRERROGATIVAS DO CARGO QUE OCUPAVAM. INFELIZMENTE, COM A BADERNA E CORRUPÇÃO DOS DESGOVERNOS ANTERIORES, DOS MAUS POLÍTICOS E GESTORES BEM COMO DE ALGUMAS “FRUTAS PODRES” DO SERVIÇO PÚBLICO, CHEGAMOS NOVAMENTE AO “FINAL DO CÍRCULO”, ESSE CICLO IRÁ SE REPETIR POR MUITOS ANOS, ATÉ QUE ACONTEÇA O INEVITÁVEL: – “O FIM DOS SERVIÇOS PÚBLICOS” PRESTADO POR SERVIDORES PÚBLICOS DO BAIXO ESCALÃO E O INÍCIO DA ERA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS POR EMPRESAS DO SETOR, ESPECIALIZADAS EM ESCRAVIZAR PESSOAS PARA OBTER O MAIOR LUCRO POSSÍVEL, GASTANDO O MÍNIMO POSSÍVEL, PRESTANDO SERVIÇOS DE PÉSSIMA QUALIDADE. SOMENTE AS CARREIRAS DE ESTADO ESTARÃO FIRMADAS EM SUA HEGEMÔNICA POSIÇÃO EM RELAÇÃO AOS “SIMPLES MORTAIS”.