O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF), representante legal dos psicólogos e demais profissionais de saúde do órgão, informa não proceder a informação veiculada pela revista Veja desta semana de que a Polícia Federal teria lançado programa de apoio psicológico aos policiais federais em resposta ao alto índice de suicídios registrado ao longo de 2012.
A verdade é que a PF conta hoje com apenas quinze psicólogos em seu quadro de servidores. Com contingente tão ínfimo, seria impossível colocar em prática um programa preventivo de apoio psicológico de âmbito nacional para atender uma comunidade superior a dez mil profissionais.
Hoje, a atuação das equipes psicossociais da PF se dá basicamente em ações pontuais, parte delas em caráter emergencial, que não podem de maneira alguma ser alçadas ao patamar de política ou programa de saúde capaz de atender às demandas da instituição como um todo.
A única ação tomada pela PF em decorrência da alta no número de suicídios no ano passado foi colocar dois psicólogos em plantão à disposição dos servidores na Superintendência do Distrito Federal. Não se trata de uma política de prevenção, tampouco de âmbito nacional.
Uma política verdadeira de prevenção pressupõe complexo espectro de ações, que demandam desde o sensível aumento do efetivo das equipes de saúde até seu devido treinamento para as peculiaridades do trabalho na PF. Também se faz necessária a correta valorização desses profissionais, hoje mal remunerados em relação a outros órgãos públicos e à iniciativa privada. Do contrário, não será possível impedir que eles deixem a PF, inviabilizando o acompanhamento contínuo dos demais servidores.
Não se pode colocar em dúvida o esforço e o compromisso dos profissionais de saúde da PF em melhorar o clima organizacional e o bem estar dos colegas de órgão. Tais profissionais têm realmente feito a diferença em muitos casos, apesar da pouca estrutura de que dispõem. Contudo, não se deve confundir o empenho e a abnegação desses colegas com uma política de saúde, algo que a PF não possui e precisa urgentemente providenciar.
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