Nada mudou no discurso do Governo em relação aos pleitos de interesse geral do funcionalismo. Em reunião com as entidades de classe que organizam a Campanha Salarial Unificada 2012, ocorrida nesta terça-feira (24), o secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, voltou a sustentar que o Governo pretende priorizar as negociações específicas, corrigindo distorções existentes no serviço público.
Mendonça defendeu a decisão justificando que, caso houvesse optado pela negociação geral, o Governo não teria recursos para promover as reformas setoriais de que o funcionalismo precisa. “Há várias carreiras que precisam ser reestruturadas, e as negociações específicas servem exatamente para que possamos eleger prioridades”, afirmou. Para o secretário, somente após a conclusão das negociações específicas será possível avançar em questões de interesse geral.
As entidades de classe questionaram quanto do orçamento o Governo planeja disponibilizar para promover as reformas que deseja fazer no serviço público. Mendonça se esquivou da pergunta, afirmando que um número concreto só será conhecido após o fechamento das negociações específicas. Entretanto, o secretário ofereceu uma pista ao dizer que a relação entre a folha de pagamento e o PIB não deve sofrer grande alteração. “Não esperem que a proporção dos gastos com o funcionalismo seja expandida” completou.
A opção do Governo em priorizar as negociações setoriais foi contestada pelos sindicalistas. Eles avaliam que há espaço no orçamento para que as questões gerais sejam discutidas paralelamente às demandas específicas. “O que estamos pedindo aqui é o mínimo: reposição inflacionária, reajuste dos benefícios e definição de data-base”, enfatizaram, lembrando que recentemente o Governo disponibilizou cerca de 100 bilhões de reais para a iniciativa privada por meio de renúncias fiscais. “Dinheiro não falta”, protestaram.
Os representantes enfatizaram que, apesar da indisposição do Planejamento para negociar a pauta de interesse geral, o fórum que organiza a Campanha Salarial Unificada 2012 seria mantido. “Não abrimos mão destas reivindicações e iremos agir conjuntamente para que o canal de negociação permaneça aberto e para que as negociações avancem”, pontuaram.
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