Correção da amplitude salarial e restabelecimento do programa de atividade física para os administrativos — esses serão os eixos das negociações entre SinpecPF e Polícia Federal até o final deste ano. A pauta foi fixada hoje (3), em reunião com o diretor de Gestão de Pessoal, Delano Cerqueira Bunn. Os temas foram definidos com base no principal anseio da categoria (valorização salarial) e no caráter transitório da atual Administração.

Sem ter como prever qual será a agenda política do próximo governo, a Administração quer priorizar esforços em projetos de curto prazo, que possam avançar mais facilmente até dezembro.

É o caso do restabelecimento da atividade física, pauta eminentemente interna. Cobrando uma resposta positiva para o pleito, o sindicato reiterou que o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão afirmou, em Nota Técnica, não haver óbice para retomada do programa. Para o sindicato, a mudança da PF para o Ministério Extraordinário da Segurança Pública cria ambiente favorável para que a suspensão da atividade seja revista.

“Não tenho óbice nenhum ao tema e acredito que o restante da Administração também não tenha”, afirmou Delano, confirmando disposição em tratar da questão com o novo Ministério. Para ajudá-lo na tarefa, o sindicato fornecerá apanhado com todos os argumentos e justificativas a favor do retorno da prática.

No que tange à correção da amplitude salarial, o foco é a retenção da força de trabalho administrativa — algo primordial para o combate ao desvio de função de policiais, prática que vem sido duramente criticada pelo ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann.

Atualmente, a amplitude salarial — diferença remuneratória entre final e início de carreira — é de apenas R$ 552,66 para os servidores administrativos de nível intermediário. “Naturalmente, se quisermos manter esses profissionais a longo prazo, isso precisa mudar”, assinalou o presidente Éder Fernando da Silva, defendendo reajuste remuneratório para a categoria.

Delano afirmou concordar com a visão do sindicato, adiantando que solicitará à Coordenação de Recursos Humanos estudos sobre o problema. “O discurso do governo é o de corte de gastos. Logo, qualquer ação que gere impacto financeiro precisa ser bem fundamentada. Temos de demonstrar que é mais vantajoso manter o administrativo no órgão que desviar policiais de função”, indicou.

Atribuições — Outra pauta de grande interesse da categoria, a regulamentação das atribuições deve ficar em compasso de espera durante a atual gestão. “Não enxergamos condições de fechar um projeto e enviá-lo até dezembro ao Congresso”, confessa Delano, manifestando preocupação de que o próximo governo não leve adiante o processo.

Nomeação do cadastro reserva e novo concurso — Delano também revelou que a PF já solicitou ao Ministério do Planejamento a flexibilização das regras que impediram que o órgão nomeasse todas as vagas autorizadas para o cadastro reserva, o que possibilitaria ao órgão dar posse a 56 servidores.

Com a validade do último certame próxima do final (2 de junho), a Administração já iniciou os preparativos para solicitar uma nova seleção. “Queremos que a categoria volte ao patamar em que se encontrava em 2007, quando havia cerca de mil servidores a mais que atualmente”, explicou. Por força de lei, o novo pedido só poderá ser formalizado em dezembro, seis meses após vencido o concurso atual.

Além do presidente Éder Fernando, representaram o sindicato na reunião o diretor financeiro, Weston Ronney José Pereira, e o colega agente administrativo Vinicius Tessinari de Carvalho.