O procurador da República em Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar afirmou ontem que vai denunciar à Justiça Federal 54 acusados de pertencer ao esquema da máfia dos sanguessugas. Avelar não havia concluído até ontem à noite o texto da denúncia, que é uma acusação formal apresentada ao juiz para ele decidir sobre a condenação ou absolvição.
Avelar deve denunciar os acusados por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e crime contra a lei de licitações.
A Polícia Federal pediu as prisões temporárias no início do mês de 54 acusados de participar do esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras. A máfia dos sanguessugas, conforme acusação, estava sediada em Cuiabá e teria desviado de R$ 110 milhões em verbas federais da saúde desde 2001.
A Justiça decretou as prisões preventivas de 44 dos envolvidos, incluindo dois ex-deputados: Ronivon Santiago (PP-AC) e Carlos Rodrigues (RJ), então filiado ao PL. Assessores de deputados também foram presos e demitidos em seguida na Câmara.
O esquema passaria pelo Congresso Nacional, com apresentação de emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias. A ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, acusada de participar das fraudes, listou à PF o nome de 283 congressistas supostamente envolvidos.
No dia 19 passado, a PF concluiu 54 inquéritos, pedindo o indiciamento dos acusados por formação de quadrilha e crime contra a lei de licitações. Mandados ao juiz 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, os inquéritos foram retirados no mesmo dia pelo Ministério Público Federal para elaboração das denúncias.
A PF informou ontem que 37 dos 44 com prisões preventivas estão presos. Na semana passada, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília, determinou que todos fossem soltos e o caso enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por envolver deputados.
No dia seguinte, o STF mandou prender os acusados novamente. Sete ainda não foram recapturados.
HUDSON CORRÊA da Agência Folha, em Campo Grande
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