Em greve, os servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e dos setores administrativos da Polícia Federal e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) protestam nesta quarta-feira em frente à sede do PT (Partido dos Trabalhadores) em Campo Grande. Eles manifestam-se contra a falta de acordo com o governo federal e a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cortar o ponto dos servidores em greve.
Pelo menos 80 servidores estão concentrados em frente à sede do PT. Segundo Virgílio Martins, presidente do Sindicato dos Servidores Federais de Mato Grosso do Sul, o objetivo do manifesto de hoje é pressionar o Governo a cumprir as promessas de campanha e atender as reivindicações dos funcionários públicos federais.
Todos os servidores pedem a derrubada do PLP 01/2007, projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prevê que até 2016 todas as despesas da União com pessoal e encargos poderão aumentar, no máximo, a correção da inflação mais 1,5% ao ano, além de reivindicar reajuste salarial.
Este é o terceiro protesto realizado neste mês pelos servidores do Incra. No último dia 22, eles lavaram com água e sal grosso a frente da sede do Instituto na Capital com objetivo de “limpar” o período de problemas políticos enfrentados atualmente.
No dia 15 deste mês, quando o Governo anunciou descontar os dias parados, os servidores radicalizaram a greve e fecharam a sede do Incra impedindo a entrada dos funcionários com “cargos de confiança” de continuar trabalhando.
Os servidores do Incra reclamam porque ainda não receberam propostas do governo federal sobre as reivindicações de reajuste e equiparação de salário entre servidores ativos e aposentados. Eles pedem ainda a reestruturação dos cargos em reforma e desenvolvimento agrário e perito federal agrário, com base nas propostas pela CNASI (Confederação Nacional das Asdsociação dos Servidores do Incra) e Assinagro (Associação Nacional das Associações de Engenheiros Agrônomos do Incra) e elevação do padrão remunerativo e incorporação das gratificações ao rendimento básico.
Já os servidores do setor administrativo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) reivindicam reajuste de salários, já que hoje o piso salarial da categoria é de R$ 763,00, além de aumento no valor do vale-alimentação, que hoje é de R$ 126, e do pagamento do auxílio-doença. A paralisação afeta os servidores do HU (Hospital Universitário) que já atende com apenas 60% da capacidade e suspendeu as cirurgias eletivas. Recentemente, os servidores foram denunciados no MPF (Ministério Público Federal) por esconder macas e desmontar leitos para atender menos pacientes.
Os servidores do setor administrativo da Polícia Federal também participam do protesto. Como os outros funcionários eles reivindicam recomposição salarial e reestruturação dos planos de cargos e carreiras. Como manifesto, eles também realizam alguns dias de paralisação.
Os servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também chegaram a parar, mas voltaram ao trabalho após a votação da Medida Provisória 366, que dividiu o órgão em dois. Entretanto, eles entraram na Justiça contra o governo federal para que não ocorra o corte do salário dos servidores nos dias parados.
Fonte: Midiamax News
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