Técnicos administrativos da Polícia Federal deflagraram greve hoje por tempo indeterminado. A categoria de servidores do Plano Especial de Cargos da PF representa cerca de 25 mil funcionários públicos que lutam pela reestruturação da carreira. A paralisação prejudica serviços na sede em Brasília, nas superintendências regionais, portos, aeroportos e áreas de fronteira.

Conforme o agente administrativo em Dourados, Júlio Cezar Alberti, a greve suspende serviços como a emissão de autenticação criminal, necessária para a liberação de presos e para o visto de entrada em países como Portugal e Espanha. Também ficam prejudicados o controle de produtos químicos, o atendimento a estrangeiros, e a emissão de passaporte, que a partir de agora deve cair para menos da metade e demorar até dez dias para ser liberado.

Como os técnicos trabalham em todos os setores da Polícia Federal, a greve também vai atrasar a tramitação de inquéritos, o andamento das operações, registro de portes de armas e prorrogação de vistos, o controle e a saída de documentos, o apoio às operações, emissão de passagens, pagamento de diárias, controle e manutenção de viaturas, atendimento médico e psicossocial aos servidores e presos.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal, a greve ocorre em função do impasse nas negociações com o governo. Segundo nota enviada hoje ao Douradosagora, até agora não houve proposta de reestruturação, após três meses de estudos técnicos realizados pelo Grupo de Trabalho no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para revisar o plano de carreira.

REIVINDICAÇÕES

A categoria reivindica a criação da carreira de suporte às atividades do Departamento de Polícia Federal, composta pelos cargos de analista de nível superior e técnico de nível intermediário, garantido o enquadramento dos atuais servidores, a fim de dotar a PF de estrutura moderna e eficiente.

Os servidores também querem a recomposição da tabela de remunerações para evitar a evasão e garantir a manutenção do quadro de pessoal qualificado; ascensão de carreira escalonada em 20 padrões e interstício mínimo de um ano para progressão e promoção funcional; a manutenção de gratificação específica do pessoal técnico de apoio à atividade Policial Federal. Inclui a gratificação de qualificação para todos os servidores da carreira de suporte às atividades do Departamento portadores de diploma de graduação, especialização, mestrado e doutorado; a criação de dois mil cargos de nível intermediário e mil de nível superior, via concurso público. Os servidores também cobram do governo o cumprimento do Termo de Compromisso assinado em 29 de junho de 2005 entre os ministérios da Justiça e do Planejamento, prevendo a reestruturação da carreira da categoria.

Fonte: Douradosagora