Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse nesta sexta-feira a três novos ministros: Tarso Genro (Justiça), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e José Gomes Temporão (Saúde). Eles substituem Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Pedro Brito (Integração Nacional) e Agenor Álvares (Saúde).
Embora o PT mantenha sua onipresença nos setores mais decisivos do governo, a reforma ministerial deu ao PMDB a maior fatia das verbas orçamentárias que movimentam o varejo político.
Segundo levantamento feito pela Folha, os cinco ministérios peemedebistas têm, no Orçamento deste ano, R$ 45,3 bilhões em despesas sobre as quais os ministros têm algum poder de decisão –não entram na conta gastos com pessoal e outros de caráter obrigatório e automático.
PMDB: MAIOR PARTE DO ORÇAMENTO
Em discurso, Lula fez elogios aos ministros que deixaram o cargo, principalmente a Márcio Thomaz Bastos, que deixou o Ministério da Justiça por opção própria para voltar a atuar como advogado.
“Minha mãe me disse: ‘você só vai dar valor às coisas quando não tiver mais essas coisas’. Márcio, o Brasil é grato por um dia você ter aceito ser ministro da Justiça deste país”, afirmou Lula, para em seguida dizer, em tom de brincadeira. “E você certamente vai continuar sendo meu advogado, porque quem já foi governador, prefeito, sabe que os processos aparecem quando a gente deixa o cargo. Márcio, prepare uma mesa, um bloco de papel porque vou precisar da sua ajuda -e gratuita- mais para a frente”.
Sobre os ministros ingressantes, Lula destacou a importância da presença de Geddel Vieira Lima, do PMDB, antigo aliado do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando foi líder de bancada na Câmara.
“O Geddel é o exemplo mais forte dessa coalizão e a demonstração inequívoca de que quando falamos de transição, falamos para valer. Quando analisamos só o que as pessoas fizeram ontem, não temos acordo com ninguém. Neste segundo mandato, eu não tenho tempo de pensar
em ontem. Estou
preparado para pensar amanhã, depois de amanhã. E a vinda de Geddel é a consolidação, junto com outros ministros do PMDB, de uma grande coalizão política”.
José Temporão, que assume a pasta da Saúde, também foi alvo de elogios do presidente, que afirmou que, em seus primeiros quatro anos de mandato, muitos mencionavam a ‘enorme capacidade’ do novo ministro. “Se na teoria você parecia tudo isso, vamos dar o ‘pepino’ da Saúde para você administrar”, disse Lula.
Ministros, “heróis”
Outro alvo do discurso presidencial foi o baixo salário dos ministros (entre R$ 8 mil e R$ 12 mil). Enaltecendo o “espírito público”, Lula chamou seus auxiliares de “verdadeiros heróis”.
“Poderia citar o caso do Furlan (ministro da Indústria e Comércio), do Márcio, da Dilma Rousseff. Vejo gente aqui ganhando R$ 8 mil por mês, quando a iniciativa privada pagaria R$ 70 mil. Alguns realmente pagam para ser ministro”, disse o presidente, para emendar, em seguida, nova brincadeira. “Sou o único que não posso reclamar do meu salário de R$ 8 mil. Porque não há nenhum torneiro mecânico neste país que ganhe tanto como eu.”
Do UOL
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