Ministro diz que governo não recuará da decisão de proibir paralisação em setores essenciais

BRASÍLIA. O governo não vai recuar de decisão de regulamentar e limitar a greve nos setores do serviço público considerados essenciais. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, anunciou ontem que, mesmo sem o apoio de sindicalistas, o Palácio do Planalto vai enviar, em quatro meses, o projeto de lei que regulamenta o artigo da Constituição que trata de greve no funcionalismo.

– Greve é para o trabalhador fazer pressão sobre o patrão, no caso o poder público, para conseguir o seu objetivo. Não é para desgraçar a vida do cidadão – disse o ministro, após encontro com sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Paulo Bernardo citou, entre os setores essenciais, saúde, educação e segurança pública. Ele concordou, ao ser perguntado, que se enquadrem nesses serviços o atendimento em postos do INSS e o trabalho dos controladores de vôo. Disse ainda que a população precisa saber com antecedência quando a greve começa e termina:

– Tem setores que afetam diretamente a vida do cidadão, onde o atendimento é imprescindível. Se tem feriado, ameaçam parar. Vai ter o Pan (Jogos Pan-americanos), vamos parar no Pan. Não tem cabimento.

Evandro Éboli

O Globo

8/3/2007