Expedição de passaportes, controle de estada de estrangeiros no Estado, fiscalização de navios no Porto da Barra dos Coqueiros, investigações, entre outros serviços prestados à sociedade sergipana estão prejudicados por conta da greve dos servidores administrativos da Polícia Federal (PF), que completa hoje 16 dias. Diariamente, a PF/SE atende cerca de 20 pessoas no setor de emissão de passaportes. Ao todo, o serviço conta com quatro funcionários, sendo dois policiais federais e dois administrativos. “Por conta da paralisação, o setor só está funcionando comigo e mais outro agente federal. Nós estamos com certa dificuldade por causa da ausência dos outros dois, que são servidores administrativos e estão em greve”, ressaltou o agente federal Roosevelt Santana Santos. No entanto, ele informa que mesmo com a greve não houve redução do número de passaportes expedidos no setor.
“Todo serviço que a gente executa está prejudicado. Mas nós é que estamos sobrecarregados. A população, pelo menos com relação aos passaportes, não está prejudicada, porque não deixamos de atender. Pelo contrário, esticamos nosso horário para não comprometer a parte social”, declarou, ao ressaltar que a PF emitiu de janeiro até ontem 2.650 passaportes em Sergipe. A PF/SE conta com 38 servidores administrativos. Segundo a assessora de Comunicação do órgão, Rossana Eiras, além dos serviços prestados à sociedade a greve também está prejudicando o andamento dos trabalhos internos e até os agentes federais já estão com seus salários atrasados. “Não há pagamento de diárias, viagens, água, copos, cafezinho e porte de armas. Tá tudo muito difícil devido à restrição de servidores. Mas a gente está brigando por essa causa maior e está disposto a esperar pela de cisão do governo. Os policiais federais já foram contemplados até dez anos. Quando entramos aqui os salários eram equiparados, mas eles foram recebendo aumento e a gente não”, disse ela.
Passaportes
Roosevelt Santana informa que o Departamento de Polícia Federal (DPF) está utilizando o novo modelo de passaporte do Mercosul, que no Brasil é expedido pela Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. “Agora, o passaporte tem seis itens de segurança, seguindo o modelo internacional”, observou. Por causa da mudança, aqueles que querem tirar o passaporte para viajar não deve deixar para fazê-lo de última hora. Isso porque antes a carterinha era entregue na hora, e agora, com o novo sistema, o passaporte leva um prazo de até seis dias úteis para chegar a Aracaju.
“Muita gente que não sabe que mudou deixa para tirar o passaporte de última hora e quando chega aqui acaba levando um susto. Ou eles perdem a viagem, ou têm que adiar, porque a maioria dos países exige o passaporte”, alertou.
A partir de agora, os interessados em adquirir a carteirinha podem preencher o formulário eletrônico e enviar para a PF pelo site www.dpf.gov.br. Depois disso, basta comparecer à sede do órgão para assinar o documento, tirar as digitais, a foto que também é digital e conferir a documentação original. “O passaporte deve ser pego aqui na PF. A gente não entrega no endereço da pessoa”, lembrou. A carteira de passaporte custa R$ 156,07. Roosevelt Santana acrescenta que não vê a hora da greve dos servidores administrativos acabar. “O jeito é a gente rezar para que eles consigam logo o intento deles. Precisamos muito deles aqui para darmos continuidade aos nossos trabalhos. Estamos sobrecarregados”, disse.
Greve
O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (Sinpecpf) realizou uma assembléia na ultima segunda-feira objetivando aprovar a uma contraproposta do prórpio sindicato. “Vamos deixar pronta a nossa contraproposta, aguardando o chamado do governo”, explicou a presidente do Sinpecpf, Hélia Cassemiro. “Precisamos de uma reestruturação de cargos e não de um cala-boca”, completou, referindo-se à última proposta oferecida pelo governo, na quinta-feira passada, quando uma tabela remuneratória, mais detalhada, foi entregue aos representantes do sindicato. Segundo análise do Sinpecpf, a nova tabela não traz um aumento efetivo e o reajuste proposto só começaria em 2008. Cerca de 90% dos servidores administrativos em todo o país aderiram à greve, segundo dados do Sinpecpf.
Eles reivindicam o cumprimento do termo de compromisso assinado pelo governo com todas as classes da Polícia Federal. Além disso, os servidores administrativos também estão lutando para o fim da terceirização de serviços e do acúmulo de funções por meio de um concurso público com a oferta de três mil vagas, aumento do piso salarial de R$ 3 mil para R$ 6 mil para quem tem nível superior e pela nacionalização das atuais nomenclaturas do órgão. Em Sergipe, a categoria, como forma de protesto, vai realizar uma doação de cestas básicas na Creche de Almir do Picolé. A entrega dos alimentos está prevista para amanhã. “Foi uma forma que encontramos para sair da rotina e ao mesmo tempo homenagear as crianças”, declarou um dos representantes da comissão de greve, Luiz Cláudio Samuel.
Fonte: Jornal da Cidade/ Aracaju
10/10/2007
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