O governo vai pagar duas parcelas adicionais do seguro-desemprego aos trabalhadores demitidos no primeiro semestre de 2006 nos setores de máquinas e equipamentos agrícolas e de calçados e móveis que ainda não conseguiram trabalho formal. A medida vai beneficiar 76.992 mil pessoas nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará e custará ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) R$ 72,1 milhões.
Embora a decisão possa surtir frutos num ano eleitoral, o impacto negativo da valorização do real nos últimos 18 meses foi a principal justificativa do governo para beneficiar esses segmentos. Segundo o secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Remigio Todeshini, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram a persistência do desemprego há mais de um ano nesses setores.
— Uma das grandes questões é cambial — disse o secretário, lembrando que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já fez uso semelhante dos recursos do FAT.
Medida vale até para quem já recebeu o seguro
O pagamento extra foi aprovado ontem pelo Conselho Deliberativo do FAT (Codefat) e será automático: basta que o trabalhador procure uma agência da Caixa Econômica Federal e faça o saque.
O benefício vale inclusive para quem já recebeu o seguro — que varia entre três e cinco parcelas, segundo o período de permanência no emprego. Dessa forma, quem tem direito a três abonos, ganhará cinco, por exemplo. O valor mínimo é de R$ 350 e o máximo, de R$ 654,85.
Do ramo de máquinas e equipamentos agrícolas, vão receber as parcelas adicionais 13.869 trabalhadores. Já no caso de fabricação de móveis, outros 20.020 e, na indústria de calçados, 43.103.
Geralda Doca / O Globo
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