Não é qualquer pessoa que possui o dom de trabalhar com atendimento ao público. É preciso paciência e muito jogo de cintura para responder dúvidas e solucionar problemas. A colega Gábia Guimarães Sales não apenas tem esse dom, como gosta do que faz. Trabalhando há dez anos no Serviço de Assistência e Benefícios (SAB) – onde atua como chefe –, ela revela dar graças aos céus sempre que coloca os pés na Polícia Federal. “Apesar dos problemas, gosto de trabalhar aqui e sei que muita gente gostaria de estar no meu lugar”, conta.

Desde que ingressou no órgão, em 1984, Gábia atua na área de recursos humanos. No início, não era nada planejado: o currículo de professora e a empatia no tratamento com os colegas fez com que ela naturalmente fosse designada para a área, primeiramente trabalhando com secretariado. Hoje, após ter galgado inúmeros postos, ela não se vê atuando em algo diferente. “Pode acontecer, mas acho importante trabalhar com RH. A carência de pessoal aqui é enorme e eu realmente gosto do que faço”.

A empatia de Gábia é atestada pelo restante da equipe do SAB. “A Gábia é uma chefe nota dez!”, garante a colega Ana Maria Figueiredo, que ainda diz ser “mais do que merecida” a homenagem à Gábia aqui no Servidor em Foco, algo com que todos os demais servidores do setor concordam.

Para Gábia, o segredo para manter o bom ambiente de trabalho está no respeito mútuo e em numa filosofia de “governança participativa”. Ela conta que no SAB as decisões são tomadas conjuntamente, e todos podem manifestar suas opiniões – algo que foi visto na prática durante a entrevista que originou este texto. Não raro, Gábia deixava sua sala para consultar a opinião dos colegas em relação à determinada pergunta, e todos faziam questão de participar, dando uma dinâmica bastante peculiar à conversa.

Atendimento no SAB – A equipe do SAB estima fazer mais de quinhentos atendimentos mensais, entre e-mails, telefonemas e atendimentos presenciais. Nesse apanhado, somam-se dúvidas dos mais variados tipos. “O servidor toma posse e a primeira pergunta dele para é saber a que benefícios faz jus”, conta Gábia. “Quando ele se aposenta, volta ao SAB para saber que benefícios serão mantidos. Estamos presentes em todos os momentos da vida funcional”, constata.

O ciclo não se completa sequer com a morte do servidor. “Aí é hora de atender os familiares”, lembra Gábia. Manter a postura nesses momentos de dificuldade nem sempre é fácil para a equipe. “Sofremos junto com os colegas e nos esforçamos ao máximo para resolver os problemas”, ela explica. “Temos o lema de nunca deixar alguém sair daqui sem ter o problema resolvido. Tem que haver um ponto final”, assegura a chefe do setor.

Gábia e equipe entendem que o SAB poderia ser ainda mais produtivo caso houvesse investimentos em estrutura por parte da PF, principalmente no que tange aos sistemas de atendimento a distância. “Muita gente ainda precisa vir aqui apenas para preencher formulários, algo que poderia ser feito pelo computador. Agilizaria o trabalho e tornaria tudo mais fácil para o servidor”, a equipe pondera.


Mostrando o perfil de líder, Gábia fez questão de dividir a homenagem com todos do SAB:
Da esquerda para à direita estão Samara Oliveira, Cecília Corassa, Angélica Damasceno,
Ana Maria Figueiredo, Fabiana Chaves, Celina de Araújo, Derivalda Aparecida e a própria Gábia.

Aposentadoria – Prestes a completar trinta anos de serviço na Polícia Federal, Gábia ainda não pensa em se aposentar. “Ainda tenho muito a colaborar”, avalia. Contudo, ela já tem planos para o que fazer quando o momento chegar. “Tenho isso definido, mas é algo que pode esperar. Não tenho pressa”, revela com um sorriso no rosto.

Desde que ingressou na PF, Gábia diz ter visto muitas mudanças positivas. “A PF evoluiu muito. Tenho orgulho de trabalhar aqui e acredito que o órgão estará ainda melhor no futuro”, afirma, fazendo apenas uma ressalva: o órgão ainda precisa dar o devido valor aos servidores administrativos. “É o que mais falta. Sinto que colaboramos muito para o crescimento da instituição e gostaria de ver esse esforço recompensado”.

Entre as mudanças destacadas por Gábia ao longo dos anos, está a diminuição do preconceito de classe dentro do órgão. “Ainda existem pessoas de nariz empinado, mas isso depende mais da educação de berço que do cargo”, aponta, endossada pelos demais colegas de setor. Ela entende que todos têm seu papel no órgão, e que cada categoria deve se encarregar de realizar o seu trabalho com qualidade. “Sou contra colocarem policiais no SAB e hoje não há nenhum aqui”, revela. “Nosso trabalho não é policial e não foi para isso que eles foram treinados”.

Gábia também confirma ver com bons olhos a atuação do sindicato, mas não se esquece de fazer cobranças. “Gosto do trabalho da atual diretoria, mas acho que falta encontrarmos algum diferencial estratégico para o nosso discurso”, analisa. Ela não se esquece de cobrar também o restante da categoria sobre isso, avaliando que falta mobilização por parte de alguns colegas. “Não acho que seja apenas uma questão do sindicato. Nós, enquanto categoria, devemos nos impor. Só assim seremos valorizados”, sentencia.

Ao final do bate-papo, Gábia, como boa líder que é, fez questão de dividir a homenagem com o estante da equipe do SAB. É claro que o SINPECPF concordou, e por isso essa homenagem se estende a todos que fazem do SAB um setor vital para o bom funcionamento da Polícia Federal. São eles: a agente administrativa Maria Eliane Lopes de Freitas, com 29 anos de casa; a agente administrativa Derivalda Aparecida de Assis, com 19 anos de casa; a agente Administrativa Ana Maria Figueiredo Corrêa, com 17 anos de casa; a agente administrativa Celina de Araújo Duarte Ferreira, com 14 anos de casa; o agente administrativo Moisés Perotto Neto, com 8 anos de casa; a colega anistiada Maria Angélica Damasceno Barroso, com 4 anos de casa; a terceirizada Fabiana da Silva Chaves, há 5 anos na PF; e as estagiárias Cecília Corassa Martin e Samara Oliveira Mendes, trabalhando há 6 meses na PF.