Reunião entre ministro e governador define amanhã o tamanho do contingente

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que deve manter entre 700 e 1.300 policiais da Força Nacional no Rio de Janeiro, conforme solicitou o governador Sérgio Cabral, após o encerramento dos Jogos Pan-Americanos. O contingente exato deve ser decidido numa reunião amanhã, no Rio, entre o ministro e o governador Sérgio Cabral. O governo federal decidiu também que vai manter 500 homens da Força de plantão em Brasília para intervir com rapidez em situações de emergência nos estados.

Estatísticas mostram queda dos índices de violência

Num café da manhã com jornalistas ontem, Tarso Genro disse que a manutenção de um contingente da Força Nacional é parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), lançado pelo presidente Lula. O Rio está no centro de boa parte das ações do programa.

– Esse contingente será a base do Pronasci no Rio – disse Tarso.

A ajuda da Força Nacional de Segurança Pública foi solicitada pelo governador Sérgio Cabral depois dos bons resultados da atuação do grupo de policiais de elite no Rio, durante o Pan.

Estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança do Estado, logo após os jogos, indicavam uma queda dos índices de violência, sobretudo nas áreas mais policiadas. Tarso Genro concordou com a ajuda, mas deixou para definir agora, com Cabral, o tamanho do contingente da Força que permanecerá no Rio.

De acordo com Tarso Genro, o número final, entre 700 e 1.300 policiais, será definido de acordo com as necessidades apontadas pelo governo local. Atualmente, a arregimentação e o deslocamento da tropa demoram até quatro dias.

Programa está orçado em R$6,7 bilhões

O programa é um conjunto de quase cem ações em que o governo tenta combinar repressão com programas sociais. O Pronasci está orçado em R$6,7 bilhões, dinheiro que deve ser investido em quatro anos. A liberação da verba, o maior volume de recursos previstos para a segurança no país, foi acertada entre Lula, Tarso e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, no início deste mês.

Jailton de Carvalho

O Globo

21/8/2007