Às vésperas do início da Copa América, uma greve da Polícia Federal pode trazer transtornos a quem deixou para fazer o passaporte na última hora. Com a greve deflagrada pelos servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (PECPF), passaportes só serão emitidos em situações de emergência.

Os servidores decidiram cruzar os braços em todo o país para pressionar o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a abrir negociações salariais com a categoria e a abertura de concurso público. Na Superintendência da Polícia Federal em Roraima, cerca de 40 servidores estão em greve.

Eles reclamam que, em maio, o governo fechou acordo com os policiais federais para pagar um reajuste de 30% em três parcelas, mas a negociação deixou de fora os técnicos administrativos, rompendo decisão firmada em junho do ano passado de negociar em conjunto. Os grevistas também pedem a realização de concurso público para aumentar o quadro de pessoal e a redução dos funcionários terceirizados no órgão.

“A reestruturação da categoria é necessária. A terceirização vai de encontro ao que o Tribunal de Contas da União [TCU] determina. É um problema no Brasil todo, não só em Roraima. A terceirização burla o concurso público”, disse Maria Nazaré Santos, integrante do Sindicato do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF).

Uma reunião entre o SINPECPF e integrantes dos ministérios da Justiça e do Planejamento foi realizada ontem em Brasília, mas o impasse foi mantido. Segundo o sindicato, houve pouco avanço nas negociações e, se não houver acordo até julho, a categoria entrará em greve por tempo indeterminado a partir do próximo mês.

Hoje deverá ser publicada no Diário Oficial da União uma portaria criando um grupo de trabalho para discutir a reestruturação de cargos da categoria, uma das reivindicações dos grevistas.

Para não prejudicar a população, os servidores administrativos decidiram fazer a paralisação durante 72 horas por semana. Eles paralisam às terças, quartas e quintas. Nas segundas e sextas-feiras o expediente é normal. Mesmo assim, a emissão de passaportes, a tramitação de inquéritos, as operações em andamento e a prorrogação de vistos seguem prejudicados.

CRISTINA OLIVEIRA

Fonte: Folhabv.com.br