Atendendo a pedido dos colegas do estado, a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro, retornou ao Ceará na última segunda (8) para debater a atuação do sindicato em demandas de interesse da categoria. Na reunião foram discutidos temas como as negociações sobre a modernização das atribuições, as ações judiciais que pedem equiparação da GDATA e GDATPF e as expectativas dos colegas recém-empossados quanto ao futuro deles na PF.
O recém-eleito representante estadual Evaldo Santos da Silva esclareceu que muitos colegas não haviam participado da primeira reunião promovida pelo SINPECPF no estado, em julho de 2010. Assim, o desejo geral era de que a presidente usasse o encontro para esclarecer o andamento das negociações com o governo e também a situação das principais ações judiciais.
Sobre a reestruturação, Leilane explicou que o SINPECPF já consolidou minuta de anteprojeto de lei sugerindo as alterações cabíveis nas atribuições da categoria, de acordo com diálogo travado com colegas de todo o país no ano passado. Essas alterações serão apresentadas ao Ministério do Planejamento em reunião cuja data segue indefinida. O conteúdo da proposta já foi debatido com a direção da Polícia Federal, que não apresentou objeções.
Leilane explicou que a modernização das atribuições é o primeiro passo para que a categoria alcance suas pretensões de melhoria salarial. “Precisamos formalizar nossa participação em atividades de fiscalização e de controle para deixarmos clara nossa diferenciação em relação ao restante do funcionalismo”, destacou. “Só assim faremos jus a um salário diferenciado”.
A presidente destacou que a alteração nos critérios de incorporação da GDATPF na aposentadoria é um dos pontos centrais da negociação com o Planejamento, e que a PF recentemente se comprometeu a avaliar uma maneira de mudar o panorama atual, no qual os aposentados recebem apenas metade da gratificação. De todo modo, o sindicato já se antecipou ao debate na esfera administrativa e pediu a paridade entre ativos e inativos na justiça. “Tivemos êxito na ação que pedia a paridade na GDATA. Falta apenas o pagamento. Estamos confiantes de que a decisão será estendida para a GDATPF, afinal, a natureza das gratificações é idêntica”.
A luta do SINPECPF contra a discriminação da categoria e contra o assédio moral também permeou a reunião. Leilane afirmou que o sindicato não descansará até que o brasão da PF esteja na carteira funcional de todos os servidores e que o combate ao assédio moral é uma prioridade para o sindicato. “Nem todos passam por isso, mas aqueles que passam são os que mais sofrem na instituição”, pontou a presidente.
Ela destacou o pioneirismo do SINPECPF na luta contra o assédio moral, lembrando a participação do sindicato em audiências públicas e no lobby para a aprovação do projeto de lei que define a prática como ato de improbidade administrativa. “Temos orgulho de termos começado esta batalha”.
Para a presidente, as lutas travadas pelo sindicato visam melhorar a vida de todos os servidores: novos e antigos. Ela destacou que ainda há muito a ser feito, mas que graças ao sindicato e aos filiados, muito já se avançou. “Há dez anos, quando fiz a prova para o cargo de agente administrativo, o salário era de R$ 700,00. Temos muito a avançar, mas quem entrou agora não pode se deixar contaminar pela ideia de que em nada avançamos, porque não é essa a verdade”.
Ponto a ser destacado no encontro foi a presença de dois diretores do Sindicato dos Policiais Federais do Ceará (Sinpof-CE). A secretária socioeconômico Karina Monteiro Cavalcante e o conselheiro fiscal Varley Torres de Azevedo acompanharam o encontro e manifestaram o interesse de que policiais e administrativos unam forças para reivindicar mudanças estruturais na Polícia Federal. “Ambos estamos insatisfeitos e queremos mudanças”, enfatizaram.
A presidente Leilane Ribeiro elogiou a boa relação existente entre o Sinpof-CE e os servidores administrativos lotados no estado, mas advertiu que a união entre as categorias não pode ficar restrita à esfera estadual. “Essa aproximação precisaria ocorrer também no âmbito federal”, indicou Leilane. “E o justo é que essa união coloque em igualdade as demandas de ambas as categorias, o que nunca ocorreu no passado”, completou.
Reunião com o superintendente — Após a reunião com a categoria, o sindicato se reuniu com o superintendente regional, Renato Casarini Muzy, que afirmou ter excelente relacionamento com a categoria administrativa. Segundo ele, a maior dificuldade enfrentada na atividade meio é a falta de servidores, especialmente no Aeroporto.
A presidente Leilane Ribeiro — acompanhada na reunião do suplente da representação estadual, Ribamar Neto, e dos colegas Francisco Marlei de Sousa e Maria do Socorro Ricarte — lembrou que a PF possui pedidos no Ministério do Planejamento para convocar os aprovados em espera e para criar novas 2.225 vagas. Um dos objetivos prioritários é acabar com o déficit de pessoal nos aeroportos. “É importante que cada superintendente se manifeste sobre o tema, cobrando a criação dessas vagas e a convocação dos aprovados em espera”, alertou.
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