Para os marqueteiros de campanha, a real disputa à Presidência da República tem data marcada: amanhã. É o dia em que começa o horário eleitoral gratuito em cadeia nacional de rádio e TV. Sem a possibilidade de fazer showmícios e distribuir brindes, que estão proibidos pela lei eleitoral, os candidatos esperam apostar tudo na nova etapa.
O tucano Geraldo Alckmin (Coligação Por um Brasil Decente – PSDB-PFL) terá mais tempo em relação aos outros candidatos. Por semana, serão uma hora, 20 minutos e 8 segundos, levando em conta as inserções diárias e dois programas de 25 minutos que irão ao ar nas terças, quintas e sábados. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pela coligação A Força do Povo (PT, PRB e PcdoB), terá 56 minutos e 57 segundos. A diferença dos dois em relação a outros candidatos é grande. Para se ter uma idéia, por programa de 25 minutos, eles respondem por 18 minutos.
Segundo o plano de mídia, divulgado na semana passada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a terceira colocada nas pesquisas, a candidata Heloísa Helena (Coligação Frente de Esquerda – PSol, PCB e PSTU), é a mais prejudicada e figura entre os que têm menos tempo de propaganda.
Heloísa tem por programa 1 minuto e 11 segundos, além de apenas 26 inserções até o fim da campanha — o que daria aproximadamente uma em cada dois dias. O mesmo tempo que o candidato nanico, Rui Pimenta (PCO), que tem ainda uma inserção a menos. Para eles, o desafio será burlar a falta de tempo com criatividade. José Maria Eymael (PSDC) e Luciano Bivar (PSL) têm poucos segundos a mais que Heloísa Helena. O candidato pedetista, Cristovam Buarque, tem 2 minutos e 23 segundos por programa, o que lhe põe em terceiro na disputa do maior tempo.
Segundo a regra do TSE, o cálculo do tempo para o horário eleitoral é a seguinte: um terço do tempo é dividido de maneira igual entre todos os candidatos e os outros dois terços são divididos entre os partidos que têm representantes na Câmara dos Deputados, mas o que foi levado em conta, foram os deputados que tomaram posse em fevereiro de 2003.
Diferença
As inserções diárias prometem também fazer diferença na disputa no rádio e na TV. Alckmin tem 224 até o final do horário eleitoral e o direito de 2 minutos e 29 segundos diários. Quase 10 vezes mais que sua concorrente Heloísa Helena. Lula tem 159 e 1 minuto e 21 segundos por dia. O plano de mídia do TSE prevê que cada inserção tenha 30 segundos.
No primeiro programa que vai ar amanhã, a candidata do PSol será a primeira a aparecer, seguida por Eymael, Alckmin, Rui Pimenta, Cristovam Buarque, Bivar e Lula. Os próximos funcionarão em esquema de rodízio: o último da lista será o primeiro no próximo dia e assim sucessivamente.
Pelo sorteio, os programas de Lula e Alckmin sempre serão separados por outro concorrente. E Heloísa Helena sempre estará atrás de Lula — com exceção dos dias em que ela ou ele estejam em primeiro e último lugar respectivamente.
Os partidos ou coligações devem entregar as fitas na sede do TSE em Brasília com os programas que serão veiculados no horário gratuito, em bloco, com antecedência mínima de três horas e meia do horário previsto para o início da transmissão.
–>As regras O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou os procedimentos que os partidos e coligações que concorrem ao Palácio do Planalto devem manter ao entregar o material com propaganda política a ser veiculado em emissoras de rádio e televisão durante o horário eleitoral gratuito: –>
Fernanda Guzzo Da equipe do Correio
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