Porta-funcional de couro preto, emblema metálico da Polícia Federal e cartão de identidade funcional idêntico ao dos demais cargos. Assim serão as novas carteiras funcionais dos servidores administrativos. Em reunião com o diretor-executivo da PF, Rogério Augusto Viana Galloro, na tarde de hoje (16), o SINPECPF teve acesso ao novo modelo e recebeu a confirmação de que os documentos serão entregues aos servidores até o dia 18 de novembro.
A notícia foi dada em uma reunião marcada para debater, dentre outros temas, queixas apresentadas ao sindicato pela categoria administrativa de tratamento discriminatório por parte da categoria policial. Para o presidente Éder Fernando da Silva, a nova carteira é mais um passo rumo à mudança dessa cultura de segregação. “É uma ótima notícia que os modelos sejam idênticos, mas muito mais ainda precisa ser feito”, destacou.
Para o diretor-executivo, a PF atravessa período de “mudança de mentalidade”, e a nova carteira é um sintoma disso. “Entendemos que não havia sentido em criar distinção entre os modelos de administrativos e policiais. Caso um servidor se utilize da funcional para vantagens particulares, ele responderá por isso na Corregedoria, seja ele policial ou administrativo”, ponderou.
O sindicato cobrou que esse tratamento isonômico seja estendido a outras esferas do órgão. Recentemente, colegas convocados em missão para os jogos Olímpicos se queixaram de uma série de arbitrariedades que prejudicavam a categoria administrativa, tais como falta de uniformes, escala de trabalho diferenciada e proibição do uso dos alojamentos para intervalos de descanso. “Há ainda o caso dos ultrabooks, em que alguns superintendentes proibiram o repasse aos administrativos”, lembrou a suplente de diretoria, Ester Lacerda da Silva. “Isso precisa acabar!”, protestou.
Galloro disse concordar com o sindicato e lamentou os episódios relatados. “O que posso garantir é que a Administração está empenhada em acabar com diferenciações injustificáveis”, afirmou. Ele afirmou que irá analisar a questão da padronização de uniformes para os servidores que atuam em missões e/ou com atendimento ao público. “É algo que queremos fazer há algum tempo, mas que ainda não conseguimos viabilizar”, explicou.
Para o diretor-executivo, o aspecto mais importante para que os administrativos tenham tratamento condizente é a valorização salarial da categoria. “É algo que desejamos alcançar com a modernização das atribuições”, declarou. Na avaliação do diretor-executivo, atividades de fiscalização e controle hoje associadas à categoria policial (mas já desempenhadas pelos administrativos) devem ser formalmente atribuídas ao PECPF em prol da melhoria da gestão dos recursos humanos do órgão.
Ao término da reunião, Galloro expôs otimismo em relação à regulamentação da indenização de fronteira. “O novo ministro parece ser mais receptivo”, revelou. Enquanto a regulamentação não vem, ele disse defender o direito dos servidores de buscar o benefício juridicamente.
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