A Direção-Geral da Polícia Federal encaminhou ao Ministério da Justiça minuta de decreto sugerindo a criação do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal das Áreas de Segurança Pública e Penitenciária Federal (SIASSP), no âmbito do Ministério da Justiça. A medida surge em resposta aos altos índices de suicídios e de problemas de saúde enfrentados pela instituição.
A intenção por trás da proposta é que os órgãos de segurança do Ministério da Justiça (PF, PRF e DEPEN) se desvinculem do modelo de saúde existente hoje, o SIASS (Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor), que busca integrar equipes de saúde de diferentes órgãos para tentar contornar o baixo efetivo que é regra no serviço público. Com isso, as instituições de segurança passariam a compartilhar seus profissionais apenas entre si, facilitando o acompanhamento clínico continuado e especializado.
"O SIASS não possui um atendimento adequado à realidade dos órgãos de segurança. O policial fala com um psicólogo hoje e, na outra semana, é atendido por outro, de outro órgão, que não entende a realidade do trabalho. Fica impossível avançar no tratamento assim", avalia Leilane Ribeiro, presidente do SINPECPF, entidade que representa os profissionais de saúde da Polícia Federal.
Nos últimos três anos, a Polícia Federal enfrentou 16 suicídios entre seus servidores. Na avaliação do SINPECPF, os números são reflexo da demora na implantação de uma política preventiva dentro da instituição. “O SIASPP é um primeiro e importante passo nesse sentido”, avalia Leilane.
Além da criação do SIASSP, a Direção-Geral da Polícia Federal também solicita ao Ministério da Justiça edição de Medida Provisória para a criação de 32 cargos de Médico, 38 cargos de Psicólogo, 25 cargos de Assistente Social, 28 cargos de Enfermeiro e 82 cargos de Instrutor de Educação Física, visando ao aperfeiçoamento do modelo de desenvolvimento biopsicossocial dos servidores da Polícia Federal.
Hoje, o órgão conta com apenas 15 psicólogos, 13 psiquiatras, 29 assistentes sociais e seis enfermeiros. O ideal, segundo os especialistas da área, seria que cada unidade da PF contasse com pelo menos um profissional de cada uma dessas especialidades, algo impossível com os números atuais. Há ainda 32 médicos com especialidade distinta da psiquiatria atuando hoje na PF.
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