A Direção-Geral da Polícia Federal recebeu o SinpecPF na tarde de ontem (16) para debater a situação das principais demandas da categoria administrativa. Dos oito pleitos apresentados pelo sindicato, sete receberam apoio expresso do diretor-geral, Rogério Galloro. O plano da Administração é que os projetos tramitem durante o segundo semestre.
Entre as demandas acolhidas pela Administração, destaca-se a correção da amplitude salarial (diferença remuneratória entre final e início de carreira), hoje irrisória na categoria, especialmente entre os cargos de nível intermediário. Houve acordo para que a carreira policial seja utilizada como parâmetro para o PECPF — dessa forma, a amplitude saltaria dos atuais 0,45% para 2,45% entre cada padrão, proporcionando aumento de 48,25% para o final da carreira dos cargos de nível intermediário. No caso do nível superior, a amplitude saltaria de 1,99% para 2,45% entre cada padrão. Uma tabela nesses termos será defendida junto ao Ministério de Segurança Pública.
Ainda na seara remuneratória, a Direção-Geral prometeu agir para implementar as Gratificações por Qualificação e por Titulação para a categoria, pleito antigo do sindicato.
A Administração também se mostrou de acordo com a proposta de regulamentar a atuação da carreira administrativa em atividades de fiscalização e de controle. Entretanto, a forma como isso será feito ainda não está definida. “Queremos propor uma reestruturação global do órgão. Ainda falta ouvir as demais entidades sobre a questão das atribuições e somente após o término dessas reuniões vamos definir como tratar o tema”, explicou o diretor-geral.
Galloro também se comprometeu a agir em temas que dependem primordialmente de ajustes internos. Entre eles está a instituição de um programa de teletrabalho para a categoria administrativa e a edição de um decreto estabelecendo o interstício de 12 meses para progressão e promoção de todos os servidores administrativos — atualmente, em função de critérios injustos e obsoletos, parte da categoria precisa trabalhar 18 meses para progredir.
A Administração também concordou em buscar o fortalecimento do quadro administrativo mediante a realização de novos concursos. Dois pedidos nesse sentido já estão sendo trabalhados — um levando em consideração o número de vagas disponíveis hoje (pouco mais de 200) e outro pedindo a criação de novos postos (em torno de 2 mil). Para esse certame, é esperada a criação de um cargo de nível superior para a área de Tecnologia de Informação, demanda antiga da Polícia Federal.
O último pedido com o qual a Administração se comprometeu foi a revogação do ato que extinguiu o cargo de agente de telecomunicação e eletricidade. Um decreto revertendo a situação já está em fase final de debates com o governo. Com isso, espera-se que o novo concurso para a categoria já preveja vagas para o cargo de ATE.
A única demanda levada pelo sindicato para a reunião que ainda não conta com o aval da Administração é a retomada do programa de atividade física institucional para o PECPF. A Administração disse estar ciente dos benefícios que a atividade física pode proporcionar aos servidores, mas afirma não estar convencida da necessidade de reservar parte do expediente para que a categoria pratique exercícios. O sindicato buscará reunir novos argumentos para mudar a opinião da gestão sobre o tema.
Na avaliação do presidente Éder Fernando da Silva, a reunião teve saldo positivo. “Enxergamos firmeza e convicção nas palavras da Administração desta vez”, afirma o presidente. “Entretanto, não podemos nos contentar apenas com promessas. Cabe à categoria se mobilizar e estar pronta para ajudar o sindicato a pressionar para que os planos do diretor-geral realmente saiam do papel nesse semestre”, conclui.
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