A Polícia Federal (PF) vai  aumentar o número de homens na fronteira do Amazonas com a Colômbia para  atender a centenas de refugiados do Haiti que estão entrando no Brasil  pelo estado. Equipes partirão hoje (13) para Tabatinga (AM), onde há pelo  menos 1,4 mil estrangeiros do país caribenho aguardando documento de  permanência no território nacional. Em Brasileia (AC), outras centenas  de haitianos chegam em busca de uma vida melhor depois que o país foi  devastado por um terremoto no ano passado. Ao todo, cerca de 4 mil já  entraram no Brasil, dos quais apenas 1,6 mil têm situação regularizada.

Uma  resolução oficializada ontem (12), depois de reunião do Conselho  Nacional de Imigração, ligado ao Ministério do Trabalho, com outros  setores do governo, prevê a limitação de 100 vistos por mês, emitidos  pela embaixada brasileira no Haiti, além da garantia de permanência de  todos que já estão em solo brasileiro. Outros detalhes da resolução  ainda estão sendo estudados pelo governo, já que a presidente Dilma  Rousseff irá ao país, pela primeira vez, em 1º de fevereiro, segundo  previsão do Itamaraty.
 
A preocupação do Planalto e do Itamaraty é  que a resolução não soe como falta de sensibilidade do Brasil diante do  drama vivido pela nação caribenha. Mesmo porque Dilma leva na bagagem  acordos bilaterais de cooperação técnica e econômica entre os dois  países. A situação dos haitianos repercutiu na imprensa internacional. O  espanhol El País apontou a entrada massiva de haitianos como "um  problema sério" para Dilma. O New York Times ressaltou que a crescente  oferta de mão de obra relacionada às obras da Copa tem atraído também  paquistaneses e indianos. (Colaborou Renata Mariz)