A semana promete ser quente, com trabalhadores dos setores privado e público reivindicando melhorias salariais e contra a redução de direitos, previstas nas medidas provisórias nº 664 e nº 665, que endureceram as regras de seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial e auxílio-doença. Hoje, aeronautas e aeroviários, cuja greve de poucas horas, na última quinta-feira, parou os aeroportos brasileiros, avaliam a proposta patronal.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac-CUT), na audiência de conciliação, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) propôs reajuste salarial de 7% retroativo à data-base (1º de dezembro) e de 8,5% no vale-alimentação, a partir de 1º de fevereiro. O presidente da Fentac, Sergio Dias, acredita que há uma forte possibilidade de ser aprovada, mas vai aguardar a “decisão soberana das bases”.
Na quinta-feira, está previsto o Dia Nacional de Luta por Emprego e Direitos, organizado por cinco centrais sindicais. As manifestações unificadas, em todas as capitais, serão contra o ajuste fiscal do governo. “Em vez de taxar as grandes fortunas, por exemplo, para acertar suas contas, o governo resolveu editar, sem qualquer consulta às representações dos trabalhadores, as MPs nº 664 e nº 665”, destaca a nota da CUT. As centrais exigem a revogação das medidas que reduzem o direito dos trabalhadores e, na opinião delas, criam a terceirização da perícia médica nas empresas privadas.
No mesmo dia, o Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF, que representa os administrativos) começa a organizar a campanha salarial de 2015. O sindicato não descarta atitudes radicais como entrega de funções e greves. Na sexta-feira, os servidores do Ministério Público da União (MPU) e do Conselho do MP (CNMP) cruzam os braços. Querem reajuste de 56%, para recuperar as perdas do poder aquisitivo, depois de nove anos sem aumento.
Pacotão — Os trabalhadores do Judiciário Federal também alertaram que haverá greve se não tiverem aumento ainda este ano. Em Brasília, o Sindicato (Sindjus-DF) vai protestar com bom humor. Em 2 de fevereiro, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, estiver abrindo o ano legislativo, a banda do tradicional bloco Pacotão vai animar a manifestação na Praça dos Três Poderes.
Há mais movimentos reivindicatórios vindo por aí. A pauta da campanha salarial unificada de 2015 será definida pelo Fórum Nacional das Entidades de Servidores Federais, em Brasília, em 31 de janeiro e 1º de fevereiro, entre o pessoal da Confederação Nacional do Serviço Público Federal (Condsef, 80% do funcionalismo) e o da União das Carreiras de Estado.
“Haja visto o endurecimento fiscal de 2015, o momento pede união de esforços. Tudo indica que a campanha será mais rigorosa que a de 2012”, afirmou Rudinei Marques, presidente da UCE. Juntos, eles querem garantir a aprovação de matérias que assegurem direitos e benefícios, além de derrubar propostas consideradas prejudiciais ao funcionalismo, no Congresso Nacional.
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