O aumento no salário de deputados e senadores brasileiros, aprovado na quinta-feira, consolida os congressistas brasileiros como “os mais bem pagos do mundo”, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira no diário espanhol El País.
“Os deputados justificaram o aumento de 100% dizendo que não podem ganhar menos que um membro do Supremo, que ganha exatamente R$ 24.600”, diz a reportagem, observando que “há alguns dias, o Congresso aumentou em 8% o salário mínimo, que passou de R$ 350 para R$ 375”.
O diário argentino La Nación também tratou do tema, dizendo que “os legisladores brasileiros tornaram realidade o sonho de um grande aumento salarial, mas somente para eles”.
A reportagem cita um estudo de uma organização não-governamental para dizer que “somando gastos de gabinete, transporte e outros benefícios, um legislador brasileiro custa aos cofres do Estado aproximadamente US$ 50 mil por mês” e que, como o aumento se transfere automaticamente para deputados estaduais e vereadores, “representará ao Estado brasileiro um aumento de gasto de US$ 800 milhões ao ano”.
A reportagem lembra que o aumento salarial foi aprovado em meio às discussões para a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, e do Senado, Renan Calheiros. “Ontem, após o aumento, a reeleição era considerada certa”, diz a reportagem.
Crise no rio da Prata
Outra reportagem publicada pelo Nación comenta a crise política entre Argentina e Uruguai por causa da construção de duas fábricas de papel ao lado do rio da Prata e que levou o governo uruguaio a pedir uma mediação do Mercosul para o conflito.
O chanceler uruguaio, Reynaldo Gargano, e o ministro da Economia do país, Danilo Astori, estiveram na quinta-feira em Brasília para o lançamento do Parlamento do Mercosul e aproveitaram para discutir o assunto.
“O governo uruguaio busca em Brasília o que não conseguiu em quase um ano de conflito com a Argentina por bloqueios de estrada nos acessos às pontes binacionais: um pronunciamento que obrigue o governo de Néstor Kirchner (Argentina) a liberar o caminho nas passagens fronteiriças antes que a temporada de turismo de 2007 fracasse por falta de veranistas estrangeiros”, diz o jornal.
Segundo o também argentino Clarín, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, ameaça não comparecer à cúpula presidencial do Mercosul, no dia 18 de janeiro em Brasília, se a atual reunião de ministros na capital brasileira não atender ao seu pedido.
O jornal observa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem buscando baixar as tensões na região. “Apesar de que para o Brasil seria um drama a saída do Uruguai do bloco sul-americano, não deixa de ser certo que postos frente a frente, o governo de Lula privilegia as relações com a Argentina”, diz a reportagem.
No Uruguai, o diário El País, de Montevidéu, observa em sua manchete principal que Lula cancelou uma visita à capital uruguaia prevista para a próxima semana “em um gesto que o governo interpreta como a vontade de se manter à margem do conflito com a Argentina”.
“O Brasil evitará qualquer tipo de intervenção no conflito entre Uruguai e Argentina. Assim parece indicar a suspensão da visita do presidente Lula da Silva”, observa a reportagem.
CSN x Tata
O jornal financeiro indiano Business Standard relata em reportagem publicada nesta sexta-feira que a brasileira CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que disputa com o grupo indiano Tata a compra da anglo-holandesa Corus, já tem garantido o controle de ao menos 23% das ações da empresa européia.
“Enquanto a Tata Steel analisa seu próximo passo na corrida pelo grupo Corus, sua rival CSN, em conjunto com bancos e corretores aliados, aumentou sua participação na siderúrgica anglo-holandesa para pouco menos de 23%”, diz a reportagem. “A participação combinada da CSN e de seus aliados era de 19,5% no dia 25 de novembro.”
Segundo o jornal, se a participação da CSN e dos bancos aliados na Corus chegar a 25%, a empresa brasileira terá como rejeitar uma eventual nova oferta de compra da Tata no conselho de acionistas da Corus.
“De acordo com as regras, uma resolução sobre a proposta de compra teria que ser aprovada por 50% dos acionistas e 75% das ações na assembléia geral extraordinária”, relata o jornal.
da BBC Brasil
ÚLTIMOS COMENTÁRIOS