Os privilégios obtidos por Suzane von Richthofen no Centro de Ressocialização de Rio Claro foram o motivo da transferência da jovem, condenada pela morte dos pais, na noite de sábado. Ela agora cumpre pena na Penitenciária de Ribeirão Preto, a 331km de São Paulo. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do estado informou ontem que a diretora do presídio onde Suzane estava internada permitia que ela usasse o centro de informática da unidade para se comunicar com o mundo exterior, atitude proibida pela Lei de Execuções Penais.
A diretora do CR de Rio Claro, Irani Torres, foi afastada do cargo e vai responder a procedimento administrativo disciplinar, para apurar o grau de envolvimento e de responsabilidade no episódio. Em nota, a SAP alegou que “a transferência atendeu ao interesse da administração penitenciária e até mesmo da segurança da própria presidiária, uma vez que a concessão de privilégios causou descontentamento e irritação nas demais presas do Centro de Ressocialização”.
O ex-tutor e advogado de Suzane, Denivaldo Barni, ficou furioso com a transferência e disse que não foi avisado. “Fiquei sabendo pela imprensa. Ninguém me comunicou nada”, reclamou. Segundo a SAP “em casos como esse, a administração não tem como norma consultar ou comunicar previamente o defensor constituído, mesmo porque informações como essas não se enquadram às regras de segurança”.
Barni também disse que iria cobrar explicações sobre um suposto machucado nos dedos de Suzane, que teria se ferido na fábrica de prendedor de roupas. A secretaria informou que não tem qualquer informação de que a presa estaria com os dedos machucados “por conta de eventual atividade laborterápica exercida, muito menos existe reclamação ou queixa da presidiária ou de sua defesa”.
Da Redação do Correio Braziliense
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